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E-Learning 2.0

16 de março de 2010

Estudar em sala de chat, ter aulas no Second Life ou aprender a escrever no celular. O aprendizado digital, o chamado e-learning, parece não ter limites. Porém, ele carece de boas ideias e esconde algumas armadilhas.

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Alunos estudam em PCs na Universidade Otto-von-Guericke, de MagdeburgFoto: picture-alliance/dpa

Plataformas de aprendizado na internet e provas orais por conferência em vídeo são apenas algumas das muitas possibilidades encontradas no âmbito da educação digital. Muitas escolas e universidades já experimentam com as mais variadas modalidades de aprendizado em plataformas virtuais.

Alunos marcam encontros com seus professores na sala de chat para discutir sobre assuntos da aula. Estudantes de arquitetura da universidade britânica de Leicester reconstroem juntos, no Second Life, sociedades do mundo antigo.

No ensino superior, as ofertas virtuais são uma boa ajuda para quem não pode estar presente na sala de aula, e permitem às universidades atingir um público que, de outro modo, ficaria de fora, como o dos profissionais altamente atarefados.

Muito mais do que aulas gravadas

Mas nem todas as ofertas esbanjam criatividade. Muitas vezes as aulas são simplesmente gravadas e disponibilizadas na internet. Para que o aprendizado digital tenha sucesso, ele precisa de muito mais, afirma Ulrike Tippe, professora de informática econômica na Universidade Técnica de Wildau, nos arredores de Berlim.

MICA, Second Life
Plataformas como Second Life são opção no ensinoFoto: Meta Institute for Computational Astrophysics (MICA)

"As pessoas pensam que, se a técnica está funcionando, está tudo bem. E a coisa não é bem assim, como muito que ocorre na vida. A tecnologia não resolve tudo sozinha", diz. "Muitas plataformas de aprendizado acabam ficando vazias", constata.

Há muitos motivos para isso. Uma aula na internet requer do professor tanta disciplina quanto uma aula normal. Além disso, as ofertas de e-learning têm uma desvantagem fundamental, destaca a especialista: no mundo virtual é mais difícil se aprender competência social e técnicas de comunicação e apresentação.

Tendência é interação

A tendência do aprendizado virtual aponta para o intercâmbio com os outros internautas, característica que marca a web 2.0. "Formas colaborativas de aprendizado são cada vez mais presentes, plataformas onde há um intercâmbio entre os estudantes. É o mesmo princípio que experimentamos hoje nas várias comunidades da web 2.0", explica Tippe.

O ensino digital é parte do futuro. Entretanto, segundo os especialistas, deve atuar como um complemento, e não como um substituto às formas tradicionais de ensino. Blended learning, ou "b-learning", é a nova tendência já há alguns anos, combinando unidades virtuais e eventos com presença dos participantes.

Novas mídias têm limites

Entretanto, um mau professor no mundo real não se transforma em um bom mestre no mundo virtual. E muitas vezes os instrutores têm até menos conhecimento das novas ferramentas do que seus próprios alunos. Certos professores temem a complexidade técnica ligada às novas mídias, afirma Tippe.

Mas quando se trata de pura transferência de conhecimento como, por exemplo, nas carreiras da área de administração e nos setores técnicos, o e-learning é um método promissor. As empresas podem economizar os altos custos de viagem e hospedagem dos funcionários, oferecendo workshops e cursos de treinamento pela internet.

A professora de Berlim lembra que s custos reaparecem na hora de se desenvolver métodos novos e mais eficazes de e-learning. Mas, no futuro, eles trarão dividendos.

Autor: Andrea Lueg (md)
Revisão: Augusto Valente