Energia eólica pode gerar 150 mil megawatts até 2012
4 de março de 2004O setor de energia eólica conta com um forte crescimento dos negócios nos próximos anos. Até 2012, as instalações mundiais dessa forma de geração de eletricidade devem praticamente triplicar até atingir 150 mil megawatts. Atualmente, cata-ventos e parques offshore (no mar) produzem 40 mil megawatts. Tal crescimento implicará em investimentos da ordem de 130 bilhões de euros.
Esses dados constam de um estudo que o Instituto Alemão de Energia Eólica (DEWI) elaborou para a Feira de Hamburgo, para o qual consultou fabricantes e firmas que elaboram projetos no setor. Em Hamburgo se realiza de 11 a 14 de maio a feira WindEnergy International Trade Fair.
Forte crescimento na Europa
Os consultados citaram a França, Grã-Bretanha, Áustria, Itália e EUA como os cinco mercados futuros mais promissores. A Áustria e a Grã-Bretanha estariam apostando bastante na energia eólica.
Segundo Corin Millais, presidente da Associação Européia de Energia Eólica (EWEA), a pesquisa revela a potencialidade do mercado. Demorou 25 anos para que fossem instalados 40 mil megawatts e agora será preciso menos de dez anos para acrescentar mais 110 mil megawatts de capacidade instalada. Isso comprova que a Europa continuará sendo o motor do crescimento do mercado global de energia eólica também nos próximos dez anos.
Crescimento mais lento na Alemanha
No mercado alemão, o setor registrou taxas menores de crescimento em 2003, em relação ao boom dos cata-ventos nos anos anteriores. Isso era previsto, mas, mesmo assim, a capacidade aumentou em mais 2645 megawatts, superando as perspectivas dos fabricantes. Com isso, a Alemanha permanece o maior mercado mundial para a energia eólica.
O setor agora está mais otimista e espera, até 2012, uma capacidade instalada de 22.600 megawatts no interior e de 6700 megawatts no Mar do Norte e no Báltico. Até 2030, a energia eólica poderia cobrir cerca de 30% do consumo alemão de energia, previsão considerada demasiado otimista pelos defensores de outros tipos de energia. Estes alegam que a energia eólica não seria competitiva sem as subvenções estatais.
Atraso no offshore
Os primeiros parques em pleno mar deveriam entrar em funcionamento na Alemanha em 2004, mas houve um atraso. Segundo o estudo, o mercado offshore só irá deslanchar a partir de 2006, mas então com boa velocidade. Uma emenda à Lei de Fomento às Energias Renováveis (EEG) prevê subvenções justamente para os cata-ventos na costa. Com o adiamento na Alemanha, a Grã-Bretanha será o país a realizar mais projetos offshore nos próximos cinco anos, seguida da Dinamarca.
As empresas que atuam no mercado internacional estão apostando cada vez mais na cooperação com firmas no exterior, principalmente joint ventures. Outras procuram conquistar novos mercados criando subsidiárias. Os principais problemas apontados pelos empresários são incertezas quanto à política energética nesses mercados e dificuldades de financiamento.