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CatástrofeBrasil

Enchentes deixam rastro de destruição na Bahia

26 de dezembro de 2021

Fortes chuvas alagam cidades inteiras e já deixam 18 mortos, centenas de feridos e mais de 15 mil desabrigados. Governo estadual decreta estado de emergência em 72 municípios. "Tragédia gigantesca", diz governador.

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Cidade de Itamaraju, na Bahia, inundada
Governo estadual estima que a tragédia já tenha afetado 400 mil pessoasFoto: Camila Souza/Bahia State Government/AFP

Dezenas de cidades na Bahia sofrem com os danos de fortes chuvas que atingem o sul e o sudeste do estado. Até o momento, 18 mortes foram confirmadas em decorrência das enchentes. O governo estadual estima que a tragédia já tenha afetado 400 mil pessoas.

Neste domingo (26/12), o governador Rui Costa (PT) assinou um novo decreto que inclui mais 47 cidades na lista de municípios em situação de emergência devido às chuvas. Com isso, o total de cidades baianas onde vigora a medida já chega a 72, incluindo Ilhéus e Porto Seguro.

A declaração de emergência autoriza a mobilização de todos os órgãos estaduais a fim de ajudar nas ações de resposta à tragédia, como obras de recuperação das cidades e assistência a desabrigados.

"Estamos mobilizando todos os esforços para socorrer as pessoas atingidas pela água. Nesse momento, o esforço é para retirar todas as pessoas de áreas de risco, de casas que eventualmente correm risco de desabar, e prestar essa assistência inicial, restabelecendo ligações de água, energia, e garantindo apoio com cestas básicas", afirmou Costa.

O governador fez um sobrevoo em algumas das áreas mais atingidas neste domingo e falou em uma "tragédia gigantesca". "Não lembro se na história recente da Bahia tem algo dessa proporção. É algo realmente assustador o número de casas, de ruas e de localidades completamente embaixo d'água", lamentou.

Inundação após fortes chuvas na Bahia
Bahia tem pelo menos 37 cidades completamente alagadasFoto: Mateus Pereira/Bahia State Government/AFP

As fortes chuvas, que já haviam castigado o extremo sul da Bahia há cerca de dez dias, voltaram a atingir o estado na quinta-feira, e ficaram ainda mais intensas na sexta e no sábado.

As cidades atingidas pelos temporais registram inundações, alagamentos e deslizamentos de terra – que por sua vez bloquearam estradas e deixaram distritos isolados.

Em alguns locais, as chuvas provocaram cheias dos rios, deixando municípios inteiros debaixo d'água. São pelo menos 37 cidades completamente alagadas, segundo relatos da imprensa. O rio Cachoeira, um dos maiores da região, subiu mais de dez metros.

Além das 18 mortes, a Defesa Civil estadual registra ao menos 286 feridos em decorrência das enchentes. Há ainda 4.185 pessoas desabrigadas e 11.260 desalojadas (o que significa que precisaram deixar suas casas, mas não solicitaram abrigo).

Deslizamento de terra destruiu parte de uma estrada no sul da Bahia
Fortes chuvas causam também danos em estradas e dificultam acesso a locais atingidosFoto: Camila Souza/Bahia State Government/AFP

Na noite de sábado, uma barragem com alto volume de água se rompeu em Itambé, no sudoeste da Bahia, mas a enxurrada acabou não atingindo regiões mais povoadas da cidade. Outra barragem se rompeu na cidade de Jussiape, na Chapada Diamantina.

Auxílio federal e de outros estados

No sábado, o governador da Bahia participou de uma videoconferência com representantes do governo federal, incluindo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e assegurou auxílio ao estado também com combustíveis e aviões para ajudar no resgate de pessoas afetadas.

Neste domingo, Queiroga informou em rede social que uma equipe do Ministério da Saúde estava embarcando para Ilhéus "para apoiar a população que sofre com os impactos das fortes chuvas".

"Também estamos enviando medicamentos e insumos para o estado, além de equipamentos para as equipes de campo, como máscaras, botas, coletes, casacos e outros", escreveu o ministro.

Outros estados também se comprometeram a ajudar, com o envio de bombeiros e equipamentos, por exemplo, incluindo Espírito Santo, Minas Gerais, Maranhão e Rio Grande do Norte, segundo Rui Costa. São Paulo também criou uma força-tarefa, enviando agentes do Corpo de Bombeiros e do Comando de Aviação da Polícia Militar.

ek (ots)