Empresários brasileiros e alemães discutem prioridades comuns
20 de junho de 2004Cerca de 400 empresários e representantes do setor público participam deste domingo até terça-feira (20 a 22 de junho) do Encontro Brasil-Alemanha em Stuttgart. Ingo Plöger, co-chairman do Fórum Empresarial Mercosul-União Européia, e Michael Rogowski, presidente da Confederação da Indústria Alemã (BDI) recebem o Prêmio Personalidade do Ano na abertura do evento.
Os ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio do Brasil, Luiz Fernando Furlan, e da Economia da Alemanha, Wolfgang Clement, confirmaram sua presença.
Nos três dias do encontro, sob o slogan "Crescimento e investimentos - prioridades para o Brasil e Alemanha", serão discutidos não apenas assuntos bilaterais. O primeiro assunto em pauta, nesta segunda-feira (21/06), é o "Tratado de Livre Comércio entre União Européia e Mercosul - a base para uma cooperação mais estreita entre os dois blocos".
Além disso, estão previstos painéis e workshops setoriais sobre temas como "Infra-estrutura e energia - parcerias entre a iniciativa privada e o setor público", agrobusiness, possibilidades de cooperação regional entre Brasil e Alemanha, a internacionalização da média empresa, projetos de inovação tecnológica etc.
O Encontro Econômico é realizado, a cada dois anos, alternadamente no Brasil e na Alemanha, pela Confederação da Indústria Alemã (BDI), Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ministério alemão da Economia e Trabalho, Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty), Confederação Alemã das Câmaras de Comércio e Indústria (DIHK), Câmaras de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK) e Associação Ibero-Americana (IAV). Segundo os organizadores, é o maior evento bilateral na área econômica dos dois países. O último encontro foi em Goiânia em 2002.
As relações Brasil-Alemanha seguem em debate em Stuttgart mesmo após o Encontro Econômico. Em seguido ao evento, o Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD) promove na terça e quarta-feiras (22 e 23 de junho) o simpósio "Responsabilidade na democracia: sociedade - política - ciência".
É o primeiro assim chamado "diálogo das sociedades civis" do Brasil e da Alemanha, proposto em fevereiro de 2002, pelo chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, e o então presidente brasileiro, Fernando Henrique Cardoso.
Personalidades Brasil-Alemanha
Os empresários Michael Rogowski, presidente da Confederação da Indústria Alemã (BDI), e Ingo Plöger, co-chairman do Fórum Empresarial Mercosul-União Européia (MEBF), recebem em Stuttgart o título de Personalidade Brasil-Alemanha 2004.
Criado em 1995 pela AHK de São Paulo e a DIHK alemã, o prêmio distingue anualmente pessoas que, em suas respectivas atividades, contribuem para o estreitamento das relações teuto-brasileiras.
Ingo Plöger é membro do Conselho de Administração da Companhia Melhoramentos e foi presidente da AHK de São Paulo por dois mandatos, de 1998 a 2002, período em que também esteve à frente do Conselho Teuto-Brasileiro de Indústria e Comércio e da Aliança das Câmaras de Comércio do Mercosul. Destacou-se principalmente por seu empenho em prol da participação brasileira na Expo 2000 em Hannover. Plöger atua em vários conselhos e comissões empresariais e governamentais, onde sempre defende a melhoria das condições para investimentos alemães no Brasil. Estudou Engenharia Mecânica na Universidade Técnica de Darmstadt e fez especialização em Ciências Econômicas pela Universidade Técnica de Munique.
Em 1993, assumiu a presidência da Melhoramentos e depois dirigiu a Melpaper, uma subsidiária da empresa em São Paulo. Além de ser co-presidente do MEBF, é membro do Fórum Empresarial para Relações Internacionais do Itamaraty e do Conselho Empresarial da América Latina (CEAL) bem como coordenador do comitê das câmaras de comércio exterior para transações relativas às emissões de dióxido de carbono (CO2).
Michael Rogowski, atual presidente da BDI, foi membro do Conselho Consultivo da Voith do Brasil, cargo em que procurou fortalecer a posição da subsidiária brasileira no conglomerado alemão. O grupo Voigth produz geradores para hidrelétricas em todo o mundo e máquinas para papéis tissue (Voight Paper) no Brasil. Como representante da Confederação Alemã dos Construtores de Máquinas e Equipamentos (VDMA), Rogowski ajudou decisivamente na realização da Feira Industrial Febral de 1995, em São Paulo.
Seu especial interesse pelo Brasil reflete-se também na manutenção da parceria da BDI com a CNI. Rogowski estudou Economia nas universidades de Karlsruhe e Lausanne (Suíça). Doutor em Ciências Políticas, começou sua carreira na Singer e, em 1974, tornou-se diretor da área de recursos humanos e serviços sociais da J.M. Voith GmbH (atual Voith AG).
Desde 1976 integra a direção da empresa, onde já ocupou a presidência da diretoria, do Conselho de Administração e atualmente é presidente do Conselho Consultivo. De 1996 a 1998 presidiu a VDMA. É membro dos conselhos administrativos de diversas empresas alemãs e européias, entre elas, Deutsche Bank, EADS, Deutsche Messe e Banco da Reconstrução (KfW).
Homenageados desde 1995
- 2003: Hans Stern e Luiz Fernando Furlan
- 2002: Lothar Späth e Oswaldo Moreira Douat
- 2001: Hans Peter Stihl e Carlos Eduardo Moreira Ferreira
- 2000: Hans Georg von Heydebreck e Wolfgand Sauer
- 1999: Jürgen Strube e Roberto Teixeira da Costa
- 1998: Hannelore Leimer e Roberto Abdenur
- 1997: Ernst Günther Lipkau e Jorge Gerdau Johannpeter
- 1996: Berthold Beitz e Hermann H. Wever
- 1995: Hans Merkle e Eliezer Batista da Silva