Temer pede aprovação da reforma da Previdência
25 de dezembro de 2017Em pronunciamento à nação neste domingo (24/12), o presidente Michel Temer fez uma retrospectiva de 2017 – segundo ele, um ano de "grandes desafios", mas também "conquistas importantes" – e voltou a defender que a reforma da Previdência seja aprovada.
"Quero dizer uma palavra sobre a reforma da Previdência: não é uma questão ideológica ou partidária. É uma questão do futuro do país e para garantir que os aposentados de hoje e os de amanhã possam receber suas pensões”, disse Temer,
O presidente citou o exemplo da Argentina, que acaba de aprovar sua reforma previdenciária. "Tenho plena convicção de que nossos parlamentares darão o seu voto e o seu aval para que isso também aconteça aqui", disse o presidente, conclamando os legisladores a votarem a favor das mudanças.
No último dia 14 de dezembro, o presidente da Câmara, Rodrigo Maias, adiou para fevereiro do ano que vem o início da votação da polêmica reforma previdenciária. Para que seja aprovada uma mudança na Constituição, que é o caso da reforma da Previdência, Temer precisa de 308 votos favoráveis na Câmara, em dois turnos de votação.
Se aprovada, a proposta segue para o Senado. A reforma vem enfrentando resistência inclusive entre aliados de Temer, que temem que, se votarem a favor das mudanças, serão punidos nas urnas.
"Colocamos a economia em ordem"
Em cadeia nacional de rádio e televisão, Temer também afirmou que seu governo não adotou "modelos populistas” nem escondeu a realidade, destacando feitos econômicos.
"Em um curto espaço de tempo colocamos a economia em ordem, saímos da recessão e temos as taxas de juros mais baixas dos últimos anos”, disse o presidente. "O risco Brasil diminuiu e os investimentos estão de volta. A bolsa de valores registra alta após alta. O Produto Interno Bruto (PIB) também. A safra agrícola quebra recordes. A inflação está abaixo do piso. A balança comercial atingiu um superávit histórico. A indústria e o comércio dão sinais claros de revitalização.”
Segundo Temer, com a reforma trabalhista, que entrou em vigor em novembro, o número de vagas de emprego disponíveis será cada vez maior.
Desde que assumiu a presidência, após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em agosto de 2016, Temer impulsionou uma agenda econômica com reformas profundas e um amplo pacote de privatizações e concessões a fim de reverter o desequilíbrio das contas públicas provocado pela recessão dos últimos anos.
Após dois anos de queda, a economia brasileira voltou a registrar um pequeno crescimento no primeiro trimestre deste ano – 1% em relação aos últimos três meses de 2016. No segundo trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) avançou 0,7% em relação ao período anterior, e no terceiro, apenas 0,1%.
O presidente conclui seu discurso ainda que o momento é de "esperança” e "otimismo". "Estamos abrindo as portas para um 2018 de mais estabilidade, de mais empregos, de mais realizações."
Segundo a mais recente pesquisa Ibope, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada em 20 de dezembro, apenas 6% dos brasileiros consideram o governo Temer bom ou ótimo. Ao mesmo tempo, 74% veem a gestão como ruim ou péssima.
LPF/abr/efe
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