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Em Atenas, Merkel elogia recuperação grega e pede continuidade das reformas

11 de abril de 2014

Chanceler federal alemã visita a Grécia um dia após país retornar aos mercados financeiros e elogia esforços de consolidação orçamentária do governo.

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Foto: Reuters

Em visita à Grécia nesta sexta-feira (11/04), a chanceler federal alemã, Angela Merkel, tentou passar otimismo e mostrar que o país, duramente afetado pela crise do euro, precisa continuar implementando as amargas e austeras reformas.

Merkel elogiou os bons resultados alcançados pelo governo em Atenas na luta contra os problemas econômicos, mas alertou: "ainda há chão a ser percorrido".

Durante encontro com representantes do setor econômico e jovens empresários, Merkel afirmou que as empresas são um elemento essencial para o futuro do país, ainda sacudido pela crise financeira, e ressaltou que Berlim continuará apoiando o governo em Atenas.

"Acredito firmemente que após uma fase muito, muito dura, este país contém numerosas possibilidades ainda por explorar", declarou a chanceler federal perante um grupo de jovens empresários gregos.

Ela anunciou que a Alemanha vai participar da criação de um banco de desenvolvimento, que oferecerá crédito acessível a novas empresas, a fim de que possam transformar boas ideias em postos de trabalho. A Alemanha disponibilizará cerca de 100 milhões de euros, de um total planejado de 500 milhões.

Novos caminhos

A cristã-democrata chegou a comparar a situação atual da Grécia com a da Alemanha Oriental, onde nasceu, logo após a Reunificação, onde milhares de empregos foram cortados. Muitos alemães, porém, conseguiram buscar outros caminhos na nova situação, ressaltou a chanceler. "Apesar do caminho difícil, tenho certeza que o mesmo acontecerá na Grécia", disse.

A viagem de Merkel a Atenas é, sobretudo, um sinal de solidariedade da maior economia da Europa para com o país mediterrâneo. Da última vez em que esteve lá, em outubro de 2012 – em plena crise da dívida – a líder alemã foi hostilizada pelos gregos. Cerca de 30 mil pessoas participaram de manifestações nas ruas contra Merkel, culpando-a pela difícil situação no país.

Lenta recuperação

A visita acontece um dia depois de a Grécia retornar aos mercados financeiros. Após passar quatro anos precisando de ajuda internacional, nesta quinta-feira o país conseguiu captar cerca de 3 bilhões de euros numa emissão de títulos de cinco anos, com taxas de juros de 4,75%.

Segundo o vice-primeiro-ministro Evangelos Venizelos, a ação foi "um enorme sucesso", pois a procura superou em oito vezes a oferta e a participação de investidores estrangeiros aproximou-se dos 90%.

O bom desempenho é considerado um passo importante para a tão esperada independência dos programas de ajuda internacional. Após seis anos de retração, a economia grega deve voltar a crescer em 2014.

Merkel ressaltou que a volta aos mercados financeiros reforçou a confiança na Grécia. Após se reunir com a chanceler federal alemã, o primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, garantiu que o país continuará com as reformas e que não precisa de ajuda financeira. "A Grécia conseguiu!", afirmou.

MSB/dpa/afp/lusa