Elsie Monge luta pela vida e liberdade
A luta pelos direitos humanos no Equador é inseparável de sua firme e ao mesmo tempo suave figura. Elsie Monge trabalhou a vida inteira pelo direito à liberdade, à água, ao território e à verdade.
Em ação
"Se reprimem as pessoas e comunidades que reclamam seu direito ao território, à água, ao seu modo de vida. A acusação chega a ser de terrorismo e sabotagem. É uma maneira de intimidar os afetados por megaprojetos de exploração mineradora", conta a irmã Elsie Monge. Ela nasceu (1933) e cresceu no Equador, estudou nos Estados Unidos e entrou para a ordem missionária de Maryknoll em 1954.
Desde muito antes de Intag
Antes de retornar ao Equador ela trabalhou na Guatemala, no Panamá e em El Salvador. Desde a década de 1970 ela se dedica à defesa dos direitos das comunidades. Neste caso, da comunidade de Junín em Intag, que se opõe à exploração de cobre. Depois de dez meses de prisão injusta, segundo a CEDHU, seu líder foi libertado. Na foto, Elsie Monge aparece a lado da mãe de Javier Ramírez.
Em missão no Peru
Em junho de 2009, Elsie Monge integrou a missão da Federação Internacional dos Direitos Humanos – que engloba 178 organizações – na Amazônia peruana para investigar atos violentos que se seguiram à expulsão de 5 mil indígenas em razão de concessões a empresas de exploração mineral.
Marcha pela água
"A criminalização viola o direito à resistência que está no artigo 98 da Constituição equatoriana. Viola o direito à liberdade de expressão também, porque as comunidades não têm um canal por onde fazer escutar sua voz", explica Elsie Monge. A foto mostra a Marcha pela Água, que percorreu 700 quilômetros de 8 a 22 de março de 2012.
Comissão da Verdade no Equador
De 2007 a 2010 Elsie Monge presidiu a Comissão da Verdade no Equador, com o objetivo de investigar as graves violações de direitos humanos atribuídas a agentes de Estado entre 1984 e 2008. O relatório, para o qual ela e sua equipe conduziram investigações ao longo de dois anos, foi entregue em 2009.
Em busca da verdade em Honduras
Em 2009, Elsie Monge integrou a Comissão da Verdade em Honduras, para investigar atos violentos em torno do golpe de Estado. "Este trabalho serviu às organizações de direitos humanos de Honduras para seguir insistindo na justiça, que é o que pedem as vítimas. Existem oligopólios que concentram muito poder econômico e político no país", explica.
Trabalho internacional
Em 2013 ela foi eleita vice-presidente da Federação Internacional de Direitos Humanos. "Através da federação foi feito um bom trabalho para a liberdade de presos políticos nos países que pertenciam à União Soviética. Acredito que deveria-se observar mais a utilização da justiça como instrumento de perseguição política", opina a irmã Elsie.
Dia dos direitos humanos
"Toda a violação dos direitos humanos é um abuso de poder. E quanto mais concentração de poder houver, mais violações de liberdades existirão. Creio que nesse campo há uma grande debilidade em muitos países da América Latina", diz Elsie Monge.
Mulher do Ano no Equador
Elsie Monge recebe a Rosa de Prata como Mulher do Ano 2006 no Equador.