EIIL ameaça matar cristãos no Iraque
19 de julho de 2014O grupo fundamentalista Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) deu ultimato até este sábado (19/07) para que os cristãos de Mossul se convertam ao islamismo, paguem uma taxa religiosa ou abandonem a cidade no norte do Iraque. Os que não seguirem uma dessas três alternativas serão mortos, afirmaram os militantes extremistas.
"Após esta data não há nada entre nós e eles senão a espada", declarou o líder do EIIL Abu Bakr al-Bagdadi, conhecido como "Califa Ibrahim". O ultimato é baseado no dhimma, uma antiga forma de contrato, na qual muçulmanos prometem proteção aos "infiéis" em territórios islâmicos, em troca do pagamento da taxa denominadajizya. No fim de junho, o EIIL proclamou a fundação de um califado na Síria e no Iraque, onde vale sua versão radical da sharia, a lei tradicional islâmica.
Dez anos atrás, cerca de 100 mil cristãos viviam em Mossul. Mas desde a invasão americana ao Iraque, em 2003, eles vêm sendo atacados, e restaram apenas 25 mil na cidade. Muitos já haviam deixado as regiões do norte e oeste do país que foram ocupadas pelo grupo terrorista. Não há estimativas sobre quantos cristãos permanecem no local e quantos se refugiaram no Curdistão, antes da ocupação pelo EIIL.
Ofensiva iraquiana
As forças de segurança iraquianas iniciaram uma ofensiva pelo norte para tentar recuperar as aéreas perdidas. Além disso, o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, fez um apelo à comunidade internacional.
"Nós não precisamos de soldados, mas de ajuda com armamento, e esperamos ter uma resposta rápida dos países dos quais queremos comprá-lo", disse o premiê, dirigindo-se especialmente à Alemanha. Ele argumenta que seu país luta contra o EIIL e, assim, contra o terror que ameaça todo o mundo: sozinho, o Iraque não vai ganhar essa batalha, reforça Maliki.
Entretanto as Nações Unidas não acusam somente o grupo extremista de cometerem crimes contra a humanidade, mas também as tropas do governo e seus aliados, o que seria um argumento contra o fornecimento de armas alemãs ao país.
CN/rtr/afp/dpa