Egito perdoa jornalistas da Al Jazeera
23 de setembro de 2015Dois jornalistas da emissora árabe Al Jazeera, o canadense Mohammed Fahmy e o egípcio Baher Mohamed, foram libertados nesta quarta-feira (23/09) da prisão no Egito, após o presidente do país, Abdel Fattah al-Sisi, conceder-lhes anistia.
"Estou me sentindo em êxtase por saber que não preciso mais me preocupar com advogados, policiais me perseguindo por todos os lugares e por saber que esta noite vou dividir meu apartamento com minha amada esposa", afirmou Fahmy, após ser libertado.
Os jornalistas disseram estar ansiosos para se reunirem com suas famílias, e Mohamed afirmou estar surpreso com a atitude de Al-Sisi. Além dos dois, outros cem presos, entre eles as ativistas Sana Seif e Yara Sallam, receberam o perdão, concedido pelo presidente egípcio na véspera de um feriado muçulmano.
Num julgamento criticado internacionalmente, Fahmy, Mohamed e o colega australiano Peter Greste foram condenados, em agosto, a três anos de prisão, sob a acusação de difundir notícias falsas em apoio à Irmandade Muçulmana e trabalhar sem permissão no país.
A agência de notícias estatal Mena disse que uma terceira pessoa envolvida no caso da Al Jazeera – que incluía vários outros réus, entre eles Greste – também foi perdoada, mas não foi identificada. O australiano foi deportado no início deste ano e julgado à revelia.
No primeiro julgamento, em junho de 2014, os jornalistas foram sentenciados a sete anos de prisão. Fahmy, no entanto, foi condenado a três anos adicionais, após a polícia ter encontrado, durante uma busca em sua casa, uma bala de revólver que ele havia recolhido durante a cobertura de confrontos entre apoiadores da Irmandade Muçulmana e forças de segurança.
Os três negaram jornalistas as acusações. Um tribunal de apelação anulou a sentença inicial, depois de concluir que houve escassez de provas contra os jornalistas.
Logo após o anúncio do indulto, a Al Jazeera afirmou estar satisfeita com a libertação dos funcionários, mas disse que é difícil comemorar devido ao tempo que Fahmy e Mohamed passaram na prisão. "É difícil comemorar, pois esse episódio nunca deveria ter acontecido", ressaltou a emissora em comunicado.
CN/afp/dpa/ap