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Economia holandesa é mais do que tulipas e queijos

Friederike Marx | Jörn Bender
14 de março de 2017

Diversificada e voltada para a exportação, economia do quinto membro mais rico da zona do euro vende principalmente para a União Europeia. "Sair da UE seria suicídio econômico", afirma economista.

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Porto de Roterdã, na Holanda
Portos, como o de Roterdã, são parte constituinte de um país fortemente voltado para o comércio internacionalFoto: picture-alliance/Anp Exra/L.v. Lieshout

Logo na Holanda, um dos membros fundadores da União Europeia (UE), um partido populista de extrema direita deve se tornar uma das maiores forças no Parlamento. Pesquisas apontam que o Partido para a Liberdade (PVV), de Geert Wilders, vai conquistar cerca de 15% dos votos na eleição desta quarta-feira (15/03). Wilders defende a saída da Holanda da UE, ainda que a economia do país esteja crescendo – em grande parte devido às fortes exportações para o restante do bloco.

O PIB teve alta de 2,1% em 2016, o maior crescimento em nove anos, segundo informou nesta terça-feira (14/3) o órgão de estatísticas. Os consumidores gastaram mais dinheiro, as exportações aumentaram e o desemprego caiu de 5,8% para 5,5%. Graças à inflação baixa, os consumidores conseguem perceber que a renda tem aumentado. "A confiança dos consumidores está bem acima da média", afirmam os economistas do Banco Hessen-Thüringen (Helaba).

O que torna a economia holandesa tão forte?

"É muito mais do que tulipas e tomates. Os holandeses estão muito à frente nas novas tecnologias e digitalização. O setor químico também é uma indústria importante", diz Carsten Brzeski, economista-chefe do banco ING-Diba. Além disso, "a Holanda é uma economia muito aberta e conta com alguns dos mais importantes portos internacionais, que funcionam como entreposto no comércio de produtos globais", complementam os economistas do Helaba. A economia do quinto membro mais rico da zona do euro é diversificada e dispõe de uma "base sólida, com forte demanda doméstica".

Um país exportador

A exportação de bens e serviços contribui com mais de 30% do Produto Interno Bruto (PIB). O principal item não são nem tulipas, nem tomates e nem queijo gouda, mas máquinas e peças de máquinas, que responderam por cerca de 13 bilhões de euros em 2015. Em segundo lugar vem a exportação de gás – a Holanda tira vantagem das reservas de gás natural em sua costa. O terceiro lugar é ocupado pelas tulipas e outras flores.

O topo da lista inclui ainda carnes, laticínios, legumes e batatas. Ainda segundo o órgão de estatísticas, a Holanda é o segundo maior exportador da UE, atrás apenas da Alemanha. A maioria das exportações vai para a UE. "A Alemanha é de longe o maior parceiro comercial da Holanda", lembra Brzeski.

E a Alemanha?

A Holanda é o segundo maior exportador de produtos para a Alemanha, com 88 bilhões de euros em 2015. Já para os exportadores alemães, a Holanda é o quarto maior destino dos seus produtos, atrás apenas dos Estados Unidos, da França e do Reino Unido. Foram 78 bilhões de euros em 2015.

Segundo Brzeski, a Holanda é um país de forte comércio e depende do comércio com a Europa. "Sair da UE seria suicídio econômico", afirma. De qualquer forma, ele considera uma saída pouco provável: "A Constituição holandesa não prevê a possibilidade da realização de referendos sobre o euro ou a adesão à UE. A Constituição teria que ser alterada por uma maioria de dois terços no Parlamento".