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Trabalho duro

6 de julho de 2011

Além de dar atenção especial para a crise europeia, Christine Lagarde também ficará atenta à ameaça da inflação nos países emergentes. E promete reforçar papel dos emergentes e dos países em desenvolvimento no FMI.

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'Ainda há muito o que fazer', diz Lagarde sobre desempregoFoto: dapd

A recém-empossada diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou nesta quarta-feira (06/07) que a luta contra o desemprego será uma das prioridades de seu mandato de cinco anos à frente da instituição. Em sua primeira coletiva de imprensa no cargo, Lagarde ressaltou que o número de desempregados em vários países continua alto e que "ainda há muito o que fazer".

A primeira mulher a presidir o Fundo destacou o desafio de encontrar uma solução para as altas dívidas de alguns países – especialmente os da zona do euro. Para evitar que a crise afete a estabilidade da moeda, o bloco vem oferecendo ajuda financeira a países como Portugal, Irlanda e Grécia.

Lagarde disse que o FMI fará uma reunião na sexta-feira para avaliar o repasse de mais recursos para a economia grega. O país deve receber a próxima parcela de 12 bilhões de euros do pacote de resgate oferecido pela União Europeia e pelo FMI, que soma mais de 100 bilhões de euros no total.

O FMI também ficará atento às ameaças de alta da inflação nos países emergentes, disse a ex-ministra das Finanças da França. Representantes destes países haviam se manifestado favoráveis à indicação de um não-europeu ao cargo. A escolha de Lagarte representa a continuidade da tradição de europeus comandarem o FMI.

No caminho da recuperação

Euro-Finanzminister Griechenland-Hilfe Symbolbild
Grécia espera liberação da nova parcela de crédito no valor de 12 bilhões de eurosFoto: dapd

Durante a coletiva, em Washington, Lagarde avaliou que a economia global tem se recuperado da crise financeira que afetou os mercados internacionais, especialmente entre 2007 e 2009.

Ela reconheceu que instituições como o FMI precisam refletir melhor sobre as mudanças no equilíbrio global de poderes e disse que a criação de um ranking para dar maior relevância às economias emergentes "não é uma má ideia". Ela prometeu avançar com reformas que deem aos países emergentes mais influência dentro da instituição.

Embora admita que a recuperação global ainda é desigual, Lagarde reafirmou que as economias estão no caminho certo.

"Quando olhamos para nossas previsões de crescimento em 2011, 2012, vemos que estamos claramente diante de uma recuperação e que as coisas estão melhorando, se compararmos com a situação em 2009, no pico da crise", disse.

Lagarde assumiu a direção do FMI no lugar de Dominique Strauss-Kahn, que deixou o cargo em maio devido ao escândalo causado pelas acusações de uma camareira de hotel em Nova York. Ela acusa o político de tentativa de estupro.

MS/afp/rts
Revisão: Francis França