Documentos de Snowden mostram UE como prioridade da espionagem americana
11 de agosto de 2013A União Europeia é um dos principais alvos de espionagem da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA). De acordo com um documento emitido em abril deste ano e vazado pelo ex-analista do órgão Edward Snowden, a política externa, o comércio exterior e a estabilidade econômica do bloco europeu são objetivos prioritários da vigilância da agência.
A informação foi divulgada neste sábado (10/08) pela revista alemã Der Spiegel em seu site na Internet. Segundo o veículo, a NSA estabeleceu uma escala sobre temas diversos, que vai de 1 ("interesse máximo") a 5 ("interesse escasso"). Aos três tópicos relacionados à UE é atribuída prioridade 3, enquanto questões relacionadas com as novas tecnologias, segurança energética e alimentação são classificadas com 5, segundo os documentos a que a revista teve acesso.
Sistema de interesses
A lista secreta mostra que os EUA têm interesse especial em alguns países europeus, como a Alemanha e a França. Com relação à Alemanha, os temas prioritários são política externa, estabilidade econômica e análise de risco financeiro, todos no nível 3 de prioridade. A exportação de armas e o comércio internacional alemães estão classificados com nível 4, os ciberataques com 5.
Um pouco abaixo da Alemanha, França e Japão – países considerados de "médio interesse" – constam da lista a Itália e a Espanha. Entre os principais alvos de espionagem norte-americana aparecem a China, a Rússia, Irã, Paquistão, Coreia do Norte e Afeganistão. Países como o Camboja, Laos ou o Vaticano, por sua vez, são considerados irrelevantes para o serviço de inteligência, assim como a maioria dos países europeus, sejam Finlândia, Croácia, Dinamarca ou República Tcheca.
No final de junho também com base em documentos fornecidos por Snowden, a Spiegel já havia noticiado, que a NSA realizara escutas nas instalações da UE em Bruxelas, Washington e Nova Iorque. Essas informações levantaram grande polêmica na Alemanha. No início de julho, a chanceler federal Angela Merkel afirmou que "não existe escuta entre amigos", motivo por que foi bastante criticada, acusada de não ter interesse em cobrar explicações dos EUA.
MSB/lusa/afp/rtr