Direita inicia formação de governo na Dinamarca
21 de novembro de 2001O primeiro-ministro da Dinamarca, Poul Nyrup Rasmussen, entregou nesta quarta-feira, 21 de novembro, a sua carta de renúncia à rainha Margarethe II, abrindo assim o caminho para a formação de um novo governo em Copenhague. Seu Partido Social Democrático (SD) foi fragorosamente derrotado nas eleições de ontem. O grande vitorioso foi o líder oposicionista Anders Fogh Rasmussen, do partido Venstre (V), que já iniciou negociações para a formação de um novo governo. Ele pretende formar um governo de coalizão entre o Venstre e o Partido Popular Conservador (KF), mas necessitará da tolerância dos radicais de direita do Partido Popular (DF) no Folketing, o Parlamento da Dinamarca.
Fogh Rasmussen pretende apresentar seu gabinete ministerial em meados da próxima semana. Segundo o resultado oficial provisório das eleições desta terça-feira, a coligação conservadora e direitista contará com uma confortável maioria de 98 dos 179 mandatos do Parlamento dinamarquês. A atual coalizão de esquerda perdeu doze mandatos e só terá 77 deputados no Folketing.
Guinada para a direita
O assunto mais destacado durante toda a campanha eleitoral foi a política de imigração do governo, motivo de insatisfação para grande parte do eleitorado. Isto beneficiou não apenas os partidos conservadores, mas principalmente o Partido Popular (DF), cuja propaganda eleitoral foi completamente baseada em lemas xenófobos. O DF pôde aumentar a sua bancada de 13 para 22 deputados.
Principais derrotados do pleito, caindo de 36 para 29% dos votos, os social-democratas reagiram sem fazer qualquer tipo de autocrítica. "Perdemos a eleição, mas não a nossa postura reta", afirmou Poul Nyrup Rasmussen. Para o ministro das Relações Exteriores Mogens Lykketoft, os eleitores queriam simplesmente ver "caras novas" na política.
Nas eleições de ontem, os quatro milhões de eleitores decidiram sobre 984 candidatos de dez partidos. Há nove anos, a Dinamarca era governada pela coalizão entre os social-democratas (SD) e o Partido Radical (RV), de linha social-liberal, com tolerância por parte do Partido Popular Socialista (SF) e da Lista Unitária Vermelha-Verde.