Dez coroas reais europeias
Desde a Antiguidade, a coroa tem sido um dos símbolos de poder e autoridade de reis e imperadores. Veja aqui exemplos dessas insígnias ao longo da história na Europa. Uma delas foi até mesmo confeccionada no Brasil.
Coroa Real Portuguesa
O Brasil é o único país das Américas onde um rei europeu foi elevado ao trono. Em 6 de fevereiro de 1818, Dom João 6° foi aclamado no Rio de Janeiro soberano do Reino Unido do Brasil, Portugal e Algarves. Feita na capital fluminense, a coroa portuguesa é composta por oito arcos fechados e foi executada exclusivamente em ouro. Ela foi usada pelos reis de Portugal até o fim da monarquia, em 1910.
De diadema a mitra
Inicialmente, as coroas se pareciam com diademas, como a coroa de louros na Antiguidade (foto). Depois, no Império Bizantino, elas se tornaram uma cobertura de cabeça com adornos pendentes, assumindo posteriormente a forma de mitra, o que, de certa forma, é válido até hoje. Com este símbolo sacerdotal do Velho Testamento, os soberanos transmitiam a ideia da dignidade imperial como dádiva divina.
Coroa do Sacro Império Romano-Germânico
Confeccionada entre 960 e 1000, esta insígnia real foi usada até o início do século 19 pelos monarcas do Sacro Império Romano-Germânico. Diferente de outras coroas, ela é octogonal, pois consta que somente oito pessoas sobreviveram ao dilúvio bíblico. Além disso, ela tem 240 pérolas e 120 pedras preciosas: cifras divisíveis por 12 para representar os 12 apóstolos e as 12 tribos de Israel.
Santa Coroa da Hungria
Além da cruz inclinada que a encima, esta insígnia do antigo Reino da Hungria é uma das poucas coroas que ainda guardam adornos pendentes. Conhecida como Coroa de Santo Estêvão, sua origem remonta ao século 12. Durante sua longa existência, ela já foi roubada, enterrada e até mesmo perdida. Depois da Segunda Guerra, ela foi levada para os EUA, sendo devolvida aos húngaros definitivamente em 1978.
Coroa da Boêmia
Esta insígnia real foi executada em 1346 para a coroação do rei da Boêmia, região que hoje faz parte da República Tcheca. Toda em ouro, ela tem forma de diadema com quatro flores-de-lis verticais, conectadas por arcos transversais. A cruz no topo conteria um espinho da coroa de Jesus, segundo a inscrição latina nela gravada: "Hic est spina corona Domini" (aqui está um espinho da coroa do Senhor).
Joias dinamarquesas
Estas duas coroas pertencem às insígnias do monarca dinamarquês. Desde cerca de 1680, tais joias são guardadas no Palácio de Rosenborg, em Copenhague. Na foto, vê-se em primeiro plano a chamada Coroa de Christian 5°, executada por volta de 1670. Atrás dela, está a coroa das rainhas. Desde meados do século 19, elas são usadas somente em cerimônias de sepultamento, sendo colocadas sobre o caixão.
Coroa Imperial da Rússia
A coroa dos czares foi confeccionada para a entronização de Catarina 2ª. Mas ficou pronta tarde demais, sendo o czar Paulo 1° o primeiro a usá-la, em 1796. Ela foi utilizada pelos soberanos russos até o fim da monarquia, em 1917. Feita em ouro e prata, a insígnia contém pérolas e 4.936 diamantes, espalhados em forma de mitra. No topo, ela é encimada por um espinélio vermelho de 398,72 quilates.
Coroa de Napoleão
Feita em prata dourada e bronze, esta insígnia foi executada em 1804 para a entronização de Napoleão Bonaparte, que foi realizada na Catedral de Notre Dame. Durante quase toda a cerimônia, no entanto, o imperador preferiu usar uma coroa de louros de ouro, como os antigos romanos. A coroa da foto foi utilizada somente para a sua autocoroação, sendo logo recolocada sobre o altar.
Coroa holandesa
Em comparação com outras monarquias europeias, as joias da Casa Real holandesa são relativamente novas, tendo sido executadas em 1840, sob encomenda do rei Willem 2°. A coroa (foto) é feita de prata dourada e não contêm nenhum diamante ou pérola de verdade. Os reis holandeses optam por não usá-la: junto ao cetro e ao orbe, ela é deixada sobre uma mesa durante a cerimônia de juramento do monarca.
Coroa Imperial Britânica
As joias da Casa Real britânica contêm a mais preciosa coleção de brilhantes do mundo. Entre eles está o famoso Cullinan 2°, que adorna a coroa usada por Elizabeth 2ª (foto). Essa insígnia imperial possui 2.868 diamantes, 273 pérolas, 17 safiras, 11 esmeraldas e cinco rubis. Ela foi confeccionada para a coroação de George 6°, em 1937, e modificada para a entronização da rainha britânica, em 1953.