Desvendando os recifes da Amazônia
Missão científica percorre área do Atlântico sob influência do rio Amazonas e que abriga recife com área equivalente ao estado do Rio de Janeiro. Petroleiras Total e BP aguardam licença para explorar petróleo na região.
Um recife improvável
Uma missão científica percorre a costa norte do Brasil até a Guiana Francesa. Cientistas brasileiros da UFPA, UFRJ, USP e UENF pesquisam os corais da Amazônia, praticamente desconhecidos da ciência. Eles formam o maior recife do Brasil, são encontrados de 70 metros a 220 metros de profundidade e têm potencial de abrigar novas espécies.
Esperanza em missão científica
Os cientistas estão a bordo do navio Esperanza do Greenpeace. Com 72 metros de comprimento, ele viajou de Bordeaux, na França, até Belém, no Pará. A embarcação deixou o porto brasileiro para a missão científica no início de abril e, até maio, percorre a área do Atlântico que sofre influência do rio Amazonas.
Tecnologia a bordo
A missão atual investiga o chamado setor norte do recife da Amazônia, onde as empresas Total e BP aguardam licença para explorar petróleo. O equipamento side-scan sonar faz uma "leitura" do fundo do oceano. Ele emite ondas acústicas que são transformadas em imagens que são analisadas simultaneamente, com a ajuda da pesquisadora Mirella Borba Costa, da USP.
Robô em ação
Quando os pesquisadores localizam um ponto interessante após o uso do sonar, é hora de o robô fazer imagens e coletas. Trata-se de um ROV (Remotely Operated Vehicle). O equipamento pode chegar a 2 mil metros de profundidade e é equipado com três câmeras que transmitem imagens em tempo real. Garrafas especiais acopladas coletam água, e braços mecânicos, material.
O segredo das bactérias
Paralelamente, o trabalho de pesquisa acontece a bordo do navio. Na foto, um preparo de meio de cultivo vai permitir que apenas víbrios, um tipo de bactéria, cresça. No laboratório da universidade, o sequenciamento genético será feito e os pesquisadores vão tentar entender o papel dessa bactéria nos corais da Amazônia.
Visitantes
Durante a expedição, golfinhos são avistados nadando perto do navio. Estes são chamados de golfinhos-pintados-do-Atlântico (Stnella frontalis). Nessa região do oceano, na costa norte do Brasil, são encontrados ainda tartarugas, baleias, diversos tipos de crustáceos e peixes. Na região dos corais da Amazônia, por exemplo, o mero, espécie de peixe em extinção, ainda vive.