Debate na UE é perigoso, diz Conselho de Refugiados
21 de junho de 2002No momento em que começava a conferência de cúpula da UE, em Sevilha, o secretário-geral do Conselho, Peer Baneke, exigiu, em Bruxelas, nesta sexta-feira (21), que os chefes de Estado e de governos da UE corrijam as suas idéias equivocadas sobre asilo político. Ele esclareceu que, enquanto nos 15 países da UE vivem em média 3,6 asilados por mil cidadãos, a média em países como Guiné, Congo e Irã é entre 26,7 e 58,5 refugiados.
A Anistia Internacional também advertiu que as Convenções de Genebra, que regulam o status de refugiados, estão ameaçadas com o rumo que a política de imigração está tomando na Europa.
O Conselho Europeu de Refugiados advertiu que o combate a imigração ilegal na UE não deve sacrificar o direito de asilo. A solução do problema não depende de mais limitações, segundo o secretário-geral da organização. Baneke exigiu que a UE continue garantindo acesso de perseguidos políticos e que os 15 países comunitários harmonizem a sua política de asilo.
Em vez de sanções econômicas contra os países de origem e por onde transitaram os imigrantes ilegais, como sugeriu a Espanha, o Conselho exigiu parcerias da União Européia com estes Estados, para cortar as causas da migração pela raiz. As estimativas são de que 500 mil pessoas entram por ano ilegalmente na UE.
O Conselho Europeu de Refugiados é a organização de cúpula das ONGs que se ocupam com exilados políticos e refugiados na Europa.