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CulturaReino Unido

De ideia arriscada a símbolo cult: "Doctor Who" faz 60 anos

25 de novembro de 2023

Série britânica é a mais longeva do gênero ficção-científica, de acordo com o Guinness – e conta com a ajuda de uma peculiaridade da trama para isso. Para celebrar o aniversário, BBC lança três novos episódios.

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Réplica de uma cabine policial azul de 1963
Na série, Doctor viaja pelo espaço em uma cabine policialFoto: Susanne Doepke/Geisler-Fotopress/picture alliance

Há 60 anos, um viajante do tempo extraterrestre fazia sua primeira jornada: estreava na TV britânica Doctor Who, a série de ficção-científica mais longeva do mundo, segundo o Guinness Book.

Para celebrar a data, a BBC, em parceria com a Disney+, produziu três episódios especiais. O primeiro deles vai ao ar no Reino Unido neste sábado (25/11) e os dois seguintes nas próximas duas semanas.

O escocês David Tennant, que interpretou o Doctor entre 2005 e 2010, volta no especial como o protagonista. No Brasil, Tennant é famoso pelo papel do demônio Crowley, na série Belas Maldições, do Amazon Prime. 

Estreia na hora do chá

Seis milhões de pessoas assistiram ao primeiro episódio quando ele foi ao ar no Reino Unido em 23 de novembro de 1963, na tradicional hora do chá: às 17h.

Seis décadas depois, a série, que deverá ter novos episódios no próximo ano, continua cativando gerações de fãs de ficção-científica.

Hoje um grande sucesso cult, na época da estreia a ideia foi vista com desconfiança – e uma aposta arriscada. No começo, nem todos ficaram imediatamente convencidos sobre a trama, especialmente porque a máquina do tempo usada por Doctor, a TARDIS, nada mais é do que uma cabine policial britânica – na época existiam ao menos 700 delas somente em Londres.

"Uma guarita policial com um farol piscando viajando pelo espaço interestelar... que bobagem!", disse um telespectador consultado pela BBC na época.

Uma visão mais otimista, porém, veio de pais, que disseram que a série parecia ser "muito divertida" e que seus filhos "adorariam".

Em cena da série, Doctor lê um livro.
O ator Matt Smith interpretou o personagem Doctor de 2010 a 2014Foto: picture-alliance/dpa/A. Rogers

Fã de longa data da série, Tony Jordan, 64 anos, tem uma réplica em tamanho real da TARDIS em seu jardim.

Ele disse que algumas de suas primeiras lembranças eram de ter sido fisgado pelos inimigos de Doctor enquanto assistia TV.

"Foram os monstros – os Daleks, os Cybermens, os Ice Warriors – que realmente despertaram minha imaginação", conta Jordan.

Também para marcar os 60 anos da estreia, a BBC produziu um filme de 75 minutos, compilando as primeiras aparições dos Daleks – os inimigos mais populares de Doctor – que foram ao ar em 1963 e 1964. O filme foi colorido digitalmente, ganhou remasterização de áudio e uma nova trilha sonora.

O segredo da longevidade

No total já são mais de 870 episódios produzidos em duas levas: de 1963 a 1989 e de 2005 em diante. Mais de uma dúzia de atores já deu vida ao personagem principal – e esse é um dos segredos da longevidade da série.

Na trama, cada vez que Doctor está à beira da morte, seja por doença, ferimento ou velhice, ele se "regenera", assumindo uma nova aparência. Tudo começou em 1966, quando o ator William Hartnell teve que deixar a série por motivos de saúde.

Essa peculiar característica se tornou o maior trunfo do roteiro, fazendo com que a série se renovasse – e se atualizasse – a cada "encarnação" do novo Doctor. Em 2017, a primeira mulher assumiu como protagonista, interpretada pela atriz Jodie Whittaker.

E, no ano que vem, será a vez do primeiro Doctor negro, interpretado pelo ator ruandês-escocês Ncuti Gatwa, famoso no Brasil pelo papel de Eric na série da Netflix Sex Education.

le (DW, DPA, ots)