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EducaçãoBrasil

Câmara convoca presidente do Inep para explicar debandada

9 de novembro de 2021

Dupas Ribeiro terá de esclarecer razões pelas quais ao menos 35 servidores pediram exoneração a pouco dias do Enem. Demissionários acusam "fragilidade técnica e administrativa" e dizem que realização da prova é inviável.

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Estudantes no portão de entrada de local de prova do Enem em São Paulo. Inep assegura que o Enem será mantido na data prevista e que a prova não será afetada pelas demissões
Inep assegura que o Enem será mantido na data prevista e que a prova não será afetada pelas demissõesFoto: imago/Fotoarena

Danilo Dupas Ribeiro, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), foi convocado nesta segunda-feira (08/11) a comparecer à Câmara dos Deputados para explicar a debandada de servidores do órgão responsável pela realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a poucos dias da prova.

Até o momento, ao menos 33 servidores públicos – dos quais, 29 estariam diretamente ligados ao Enem – pediram desligamento de cargos associados à organização do exame, marcado para ocorrer em 13 dias.

Eles se somam a outros dois que já haviam pedido exoneração. Os servidores alegam que o motivo seria a "fragilidade técnica e administrativa da gestão máxima" do instituto, além de relatarem episódios de assédio moral que teriam ocorrido em uma assembleia da entidade na semana passada.

A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados marcou para a próxima quarta-feira o depoimento de Dupas Ribeiro.

Sua convocação surgiu após um acordo entre os membros da comissão e o governo Jair Bolsonaro, para poupar o ministro da Educação, o pastor Milton Ribeiro, de ter de comparecer pela quarta vez para dar explicações aos parlamentares, segundo apurou o jornal Folha de S. Paulo.

Enem confirmado, apesar das baixas

A Frente Parlamentar Mista da Educação defendia a convocação de Milton Ribeiro, o quarto ministro da Educação de Bolsonaro, mas isso se tornou inviável após o fechamento do acordo.

Dupas Ribeiro é também o quarto presidente do Inep no atual governo. Ele foi colocado no cargo pelo próprio ministro, o que explicaria sua manutenção à frente do órgão, mesmo com o surgimento de várias denúncias de servidores contra sua gestão.

Apesar de alertas da Associação de Servidores do Inep (Assinep) quanto à inviabilidade da realização do exame após as baixas, o órgão afirmou em postagem no Twitter que o ministro da Educação não se pronunciou sobre o caso. Ele se limitou a compartilhar a nota do Inep em seu perfil na mesma rede social.

rc (ots)