Curiosity encontra sinais de um antigo riacho em Marte
28 de setembro de 2012O robô Curiosity, enviado pela Nasa a Marte, encontrou sinais de que já houve água, um ingrediente fundamental para vida, no seu atual local de exploração, anunciaram cientistas nesta quinta-feira (27/09).
A sonda espacial descobriu cascalho que, em épocas remotas, foi carregado por um curso d'água que "corria vigorosamente" pela área, localizada entre a borda norte da cratera Gale e a base do Monte Sharp.
Cientistas já haviam descoberto outros indícios da presença de água em Marte, mas fotos enviadas à Terra pelo robô são as primeiras a mostrar cascalho do leito de um riacho. "Esta é uma transição da especulação sobre o tamanho do material do leito de um curso d'água para a observação direta dele [o material]", declarou o cientista William Dietrich.
As pedras de cascalho são de tamanhos variados, indo desde um grão de areia até uma bola de golfe. "O formato indica que as pedras foram transportadas; o tamanho, que não poderiam ter sido levadas pelo vento. Elas eram transportadas por uma corrente de água", afirma a cientista Rebecca Williams.
"A partir do tamanho do cascalho que ele carregava, interpretamos que o curso d'água se movia a 3 pés [0,91 metros] por segundo, com uma profundidade entre a altura do tornozelo e do quadril", completou Dietrich num comunicado.
Algumas das pedras são arredondadas, o que indica que viajaram uma longa distância no curso d'água, informou a Nasa. Graças a imagens anteriores capturadas a partir da órbita de Marte, cientistas dizem ter observado uma grande quantidade de material aluvial, transportado do alto da cratera.
O grande número de canais ligando a borda da cratera à região agora explorada sugere que o curso d'água não foi uma ocorrência pontual, mas que vários riachos correram por ali durante um longo período.
O robô de 900 quilos pousou no dia 6 de agosto na cratera Gale, em Marte, numa área de baixa altitude escolhida pelos cientistas em parte porque parecia ter existido água ali no passado. A missão está prevista para durar dois anos.
LPF/afp/dpa/rtr
Revisão: Alexandre Schossler