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Coreia do Norte vai liquidar ativos sul-coreanos

11 de março de 2016

Após Coreia do Sul suspender operações em zona industrial conjunta, Pyongyang diz que irá se desfazer de bens do país vizinho deixados em seu território e volta a lançar mísseis balísticos de curto alcance.

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Líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, observa manobras militaresFoto: Reuters/KCNA

A Coreia do Norte anunciou nesta quinta-feira (10/03) que vai liquidar os ativos sul-coreanos em seu território e desfazer todos os acordos com Seul para projetos de intercâmbio comercial.

"Como as hostis forças sul-coreanas cessaram unilateralmente as suas atividades no monte Kumgang e no complexo industrial de Kaesong, vamos liquidar totalmente todos os bens das empresas sul-coreanas e instituições relacionadas deixados para trás", anunciou o Comitê para a Reunificação Pacífica da Coreia, em um comunicado divulgado pela agência estatal de notícias KCNA.

Os ativos sul-coreanos incluem prédios, máquinas e produtos, além de um resort no monte Kumgang, que era usado para os encontros de famílias separadas após a guerra. De acordo com o Ministério da Unificação em Seul, esses bens estão avaliados em cerca de 1,2 bilhão de dólares.

Pyongyang não disse exatamente o que pretende fazer com os ativos. Observadores especulam que as máquinas podem ser levadas para outras aéreas industriais ou convertidas para uso militar e o complexo no monte Kumgang seria usado para projetos próprios de turismo.

A decisão da Coreia do Norte foi uma resposta ao país vizinho pela suspensão das operações na zona industrial intercoreana de Kaesong, um dos últimos projetos comuns de cooperação entre o Norte e Sul, após o lançamento de um foguetão por Pyongyang, em fevereiro, que a comunidade internacional considera ter sido um teste de mísseis de longo alcance.

Financiado por Seul, o complexo foi considerado na época da sua inauguração, em 2004, como um símbolo da "reconciliação" entre as duas Coreias. Para Pyongyang, era uma fonte essencial de divisas estrangeiras.

Situado a poucos quilômetros da fronteira, no lado norte-coreano, Kaesong empregava 53 mil norte-coreanos em 124 empresas da Coreia do Sul. Na região, eram fabricados produtos têxteis, eletrônicos e químicos. Os 184 empresários e executivos sul-coreanos que trabalhavam no local foram repatriados.

O governo da Coreia do Sul classificou o comunicado de Pyongyang como um ato provocativo e alertou o país para não danificar os ativos sul-coreanos.

Mais mísseis

Além de anunciar a liquidação dos ativos sul-coreanos, Pyongyang lançou no mar dois mísseis balísticos de curto alcance nesta quinta-feira, desafiando uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, em um momento em que forças da Coreia do Sul e dos Estados Unidos realizam os exercícios militares anuais.

Segundo Ministério da Defesa da Coreia do Sul, o país vizinho lançou em direção ao Mar do Japão a partir da localidade de Wonsan, no sudeste do país.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou estar seriamente preocupado com a situação na península coreana e pediu que Pyongyang pare com os "atos de desestabilização", como os lançamentos de mísseis.

Pyongyang deu início a uma série de lançamento de mísseis no início de março, depois que Conselho de Segurança da ONU impôs novas sanções ao país, em reação aos recentes testes nucleares realizados pela Coreia do Norte.

CN/rtr/ap/lusa