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Copom eleva taxa Selic para 13,25% ao ano

16 de junho de 2022

Foi a 11ª alta consecutiva na taxa básica de juros e o maior nível desde janeiro de 2017, quando estava em 13,75% ao ano.

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Letreiro em uma parede diz "Banco Central do Brasil"
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficialFoto: Pedro Ladeira/AFP

Em meio aos impactos da guerra na Ucrânia sobre a economia global, o  Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu nesta quarta-feira (15/06) elevar a taxa Selic de 12,75% para 13,25% ao ano.

Essa foi a 11ª alta consecutiva na taxa básica de juros e o maior nível desde janeiro de 2017, quando estava em 13,75% ao ano.

Apesar da alta, que já era esperada por analistas, o BC reduziu o ritmo do aperto monetário. Depois de dois aumentos seguidos de 1 ponto percentual, a taxa foi elevada em 0,5.

De março a junho do ano passado, o Copom tinha elevado a taxa em 0,75 ponto percentual em cada encontro. No início de agosto, o BC passou a aumentar a Selic em 1 ponto a cada reunião. Com a alta da inflação e o agravamento das tensões no mercado financeiro, a Selic foi elevada em 1,5 ponto de dezembro do ano passado até maio deste ano.

Com a decisão desta quarta-feira, a Selic continua num ciclo de alta, depois de passar anos sem ser elevada. De julho de 2015 a outubro de 2016, a taxa permaneceu em 14,25% ao ano. Depois disso, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano em março de 2018.

A Selic voltou a ser reduzida em agosto de 2019 até alcançar 2% ao ano em agosto de 2020, influenciada pela contração econômica gerada pela pandemia de covid-19. Esse era o menor nível da série histórica iniciada em 1986.

Inflação impulsionada por combustíveis

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em maio, o indicador fechou em 11,73% no acumulado de 12 meses, no maior nível para o mês desde 2015. Apesar da queda no preço da energia elétrica, por causa do fim das bandeiras tarifárias, a inflação continua pressionada pelos combustíveis.

O valor está bem acima do teto da meta de inflação. Para 2022, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou meta de inflação de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O IPCA, portanto, não podia superar 5% neste ano nem ficar abaixo de 2%.

No entanto, no Relatório de Inflação divulgado no fim de março pelo Banco Central, a autoridade monetária estimava que o IPCA fecharia 2022 em 7,1% no cenário base. A projeção, porém, está desatualizada e não leva em conta o prolongamento da guerra na Ucrânia, que eleva a cotação do petróleo. A nova versão do relatório será divulgada no fim deste mês.

De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 9%.

le (Agência Brasil, ots)