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Contenda entre judeus e liberais domina política alemã

(ef)25 de maio de 2002

Em plena campanha para a eleição do novo Parlamento e do governo, agravou-se a contenda entre o Conselho Central dos Judeus na Alemanha e o Partido Liberal (FDP), com o envolvimento de todas as legendas alemãs.

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Guido Westerwelle (com o braço levantado): acusação de Schröder é infame, arrogante e caluniosa.Foto: AP

O vice-presidente dos liberais, Jürgen Mollemann, recusou-se a pedir desculpa por ter dito que o vice-presidente do Conselho, Michel Friedmann, estaria contribuindo para o ressentimento anti-semita com a sua conduta. O presidente do FDP, Guido Westerwelle, propôs uma conserva para esclarecer a questão ao presidente do Conselho Central dos Judeus, Paul Spiegel, para tentar encerrar a contenda, mas o líder judeu rejeitou um encontro enquanto Möllemann não retirar sua declaração.

O chanceler federal alemão e presidente do Partido Social Democrático (SPD), Gerhard Schröder, repreendeu o Partido Liberal, porque estaria fazendo um jogo com a xenofobia e o radicalismo de direita. Westerwelle rejeitou a acusação do chefe de governo como "infame, arrogante e caluniosa". O ministro de Relações Exteriores, Joschka Fischer, do Partido Verde, disse que Möllemann está se aproximando do populista de direita da Áustria, Jörg Haider.

A contenda, que já duras semanas, começou com as críticas de Möllemann à linha dura do primeiro-ministro de Israel, Ariel Scharon, com os palestinos e atingiu o ápice quando o deputado de origem síria Jamal Karsli disse que o Exército israelense usa métodos nazistas. Pressionado por todos os lados, o deputado que integrou o Partido Verde, Karsli, retirou o seu requerimento de filiação ao Partido Liberal. Mas ele quer continuar cooperando com os liberais e tem o apoio do vice-presidente do partido.

Möllemann é criticado também por correligionários. O presidente de honra dos liberais, o conde e deputado Otto Lambsdorff, disse que a acusação de Möllemann contra o vice-presidente do Conselho Central dos Judeus beneficia um modelo típico da velha conduta anti-semita.

Lambsdorff foi o representante do governo Schröder nas negociações internacionais, mediadas pelos Estados Unidos, que resultaram na indenização de milhares de sobreviventes do trabalho escravo no nazismo, durante a Segunda Guerra Mundial, quando as tropas do ditador alemão Adolf Hitler exterminaram seis milhões de judeus na Europa.