'Despalavra' do ano
19 de janeiro de 2010"Contaminado pelo conselho de empresa" (Betriebsratsverseucht, em alemão) foi escolhida a "despalavra" do ano na Alemanha em 2009, anunciou o professor e linguista Horst Schlosser, presidente do júri independente responsável pela escolha anual do termo, nesta terça-feira (19/01) em Frankfurt.
A "despalavra" de 2009 foi mencionada por um funcionário de uma cadeia de lojas de material de construção em um programa da rede de TV pública ARD, em maio do ano passado.
Na ocasião, o funcionário explicou que o termo é utilizado por chefes de departamento para o caso de um funcionário querer se transferir de uma filial com conselho de empresa para uma filial sem o órgão. Nesta, poderia-se acusá-lo que sua confiança no conselho de empresa representa uma ameaça a seu emprego.
O júri explicou que a observação dos interesses dos trabalhadores pode incomodar muitas empresas, mas considerá-la uma "epidemia" (Seuche) é, no mínimo, uma baixaria linguística em relação a assalariados.
Críticas a Merkel
Os seis jurados conceituaram também como um "dramático equívoco linguístico" a formulação "combate a refugiados" (Flüchtlingsbekämpfung), utilizada pela chefe de governo Angela Merkel em uma palestra na Fundação Bertelsmann, no contexto da contenção da entrada de refugiados nas fronteiras europeias.
O júri observou que não se pode equiparar um grupo de pessoas a uma situação negativa a ser combatida, e que a palavra remontaria a doenças, epidemias e terrorismo.
A "despalavra" do ano (Unwort des Jahres) é escolhida desde 1991 por um júri composto por linguistas e representantes do público escolhidos anualmente, cujo trabalho envolve o uso da linguagem (como jornalistas e professores).
Segundo Schlosser, 2.018 pessoas da Alemanha e de outros países enviaram 982 sugestões para a escolha da 19ª edição do termo.
CA/apn/dpa
Revisão: Roselaine Wandscheer