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Dinheiro para a Palestina

16 de dezembro de 2007

Plano de reformas e desenvolvimento da Autoridade Nacional Palestina requer investimentos de 5,6 bilhões de dólares nos próximos três anos. Alemanha contribuirá com 200 milhões de euros.

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A ministra israelense Tzipi Livni e o presidente palestino Mahmud Abbas em ParisFoto: AP

Uma ajuda internacional de 5,6 bilhões de dólares durante os próximos três anos é o que os palestinos esperam obter dos cerca de 90 países e instituições que participarão, nesta segunda-feira (17/12), da conferência internacional de doadores para a Palestina. A reunião, que ocorrerá em Paris, é a maior desse tipo em dez anos.

A quantia consta de um plano trienal de reformas e desenvolvimento elaborado pelo primeiro-ministro Salam Fayad e aprovado pelo Banco Mundial e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). O programa da Autoridade Nacional Palestina (ANP) será tomado como base para as conversações. O objetivo da conferência de Paris é estabilizar a economia palestina o mais rápido possível e melhorar as condições de vida dos palestinos.

Mas a comunidade internacional pretende não apenas disponibilizar meios para a futura criação de um Estado palestino, como também apoiar o governo do presidente Mahmud Abbas e o processo de paz no Oriente Médio, que ganhou um novo impulso com a conferência de Annapolis, no Estados Unidos, no final de novembro.

Alemanha contribui

"Uma ajuda financeira substancial é necessária para que as autoridades palestinas possam levar seu trabalho adiante", afirmou Fayad em Ramallah. A Alemanha disponibilizará 200 milhões de euros, divulgou neste domingo a ministra da Cooperação Econômica, Heidemarie Wieczorek-Zeul.

Para a ministra, o plano de desenvolvimento só poderá ter sucesso caso o processo de paz avance, o desenvolvimento econômico da Palestina não seja bloqueado, a ampliação das colônias israelenses seja interrompida e a divisão interna dos palestinos seja superada.

Além de Wieczorek-Zeul, o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e o representante especial do Quarteto do Oriente Médio, Tony Blair, participarão do encontro. O Quarteto do Oriente Médio é composto por EUA, União Européia, Rússia e ONU.

Fim das barreiras de Israel

Segundo um relatório do Banco Mundial, a renda per capita nos territórios palestinos caiu 40% desde 1990 e é hoje de 1.130 dólares por ano. Rice alertou que, diante da falta de alternativas, uma geração de jovens palestinos poderá optar pelo extremismo.

O Banco Mundial ressalva que, mesmo com ajuda internacional, o crescimento econômico palestino será negativo caso Israel não suspenda as barreiras para o deslocamento de pessoas e o transporte de mercadorias aos territórios palestinos. "A ajuda externa não pode ser uma alternativa ao fim dessas restrições", concordou Fayad.

O governo de Israel afirma que as barreiras são necessárias para garantir a segurança do país. A ministra israelense das Relações Exteriores, Zipi Livni, participará da conferência, na qual os temores de Israel em relação à sua segurança também serão discutidos. (as)