Como países europeus reagem à alta da energia
Estados da UE estão investindo bilhões de euros para amortecer o impacto da disparada dos preços do gás e eletricidade sobre o consumidor. Aqui, alguns exemplos.
França: medo de novos protestos
Como, em 2018 e 2019, um imposto ecológico gerou violentos protestos na França, em 2022 o governo pretende limitar em 4% o aumento dos preços de eletricidade. A empresa estatal EDF foi forçada a fornecer energia mais barata aos consumidores privados, enquanto Paris arca com 8 bilhões de euros (48 bilhões de reais) de prejuízos.
Itália: Draghi sempre disposto a ajudar
Como presidente do Banco Central Europeu ou como premiê italiano, Mario Draghi não hesita em empregar as verbas públicas para facilitar a vida dos cidadãos. Em setembro de 2021, Roma investiu 3 bilhões de euros contra a pobreza causada pela alta dos preços da energia, assumindo as contas de gás e eletricidade de pequenas firmas e famílias mais carentes. O IVA foi reduzido de mais de 20% para 5%.
Alemanha: uma ajuda só, e olhe lá
A Alemanha não tem se mostrado tão generosa como alguns de seus vizinhos. O governo federal está liberando auxílios únicos para as unidades residenciais mais pobres, a fim de amortecer o impacto da energia mais cara. Calcula-se que a iniciativa custará 130 milhões de euros aos cofres públicos.
Espanha: protegendo os consumidores
Em meados de 2021, Madri cortou pela metade o imposto de valor agregado (IVA) sobre a eletricidade, deixando-o em 10%. Em setembro, a taxa espanhola foi a mais baixa da União Europeia, com 0,5%. O governo quer evitar que as famílias mais pobres tenham sua eletricidade cortada. As companhias que lucram com o salto dos preços do gás foram instadas a devolver aos consumidores os ganhos excedentes.
Grécia: subsídios, apesar de cofres vazios
Os preços do gás dobraram na Grécia em apenas um ano, enquanto a eletricidade e o óleo para calefação subiram 35%. Embora o país esteja com os cofres vazios, devido à crise de endividamento de 2010, segue concedendo polpudos subsídios para abrandar a presente espiral de preços. Apenas em janeiro de 2022, Atenas alocou 400 milhões de euros para esse fim.
Polônia: impostos reduzidos
O governo polonês já reduziu o IVA sobre combustíveis, e desde 1º de fevereiro está inteiramente suspenso para os gêneros alimentícios. Embora grande parte da gasolina dos postos da Polônia venha de refinarias da Alemanha, os alemães que vivem perto da fronteira ainda podem economizar pelo menos 20% enchendo os tanques no país vizinho.
República Tcheca: novo governo, velhos planos
Ainda não está claro até que ponto o novo primeiro-ministro tcheco, Petr Fiala, implementará os planos de seu antecessor, o bilionário populista Andrej Babis. Segundo estes, os impostos sobre gás e eletricidade seriam primeiramente reduzidos, e depois eliminados, até 2023. Certos consumidores se opõem ao Acordo Verde da UE, culpando-o, em parte, pela disparada dos custos da energia.