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Comandante do Exército afirma repudiar impunidade

4 de abril de 2018

Horas antes do início do julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula no STF, general Eduardo Villas Bôas divulga mensagens no Twitter dizendo que Exército "compartilha o anseio de todos os cidadãos de bem".

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Manifestantes protestam contra Lula no Rio de Janeiro, na véspera do julgamento no STF
Manifestantes protestam contra Lula no Rio de Janeiro, na véspera do julgamento no STFFoto: Reuters/R. Moraes

Na véspera do julgamento do pedido de habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o comandante do Exército brasileiro, general Eduardo Villas Bôas, declarou através do Twitter nesta terça-feira (03/04) que sua instituição repudia a impunidade no país.

"Asseguro à nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais", escreveu Villas Bôas.

Leia também: "Seria a volta da impunidade sistemática"

Em outra mensagem divulgada na rede social, o general lançou uma pergunta retórica "às instituições e ao povo": "Quem está realmente pensando no bem do país e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?"

Os comentários do general foram divulgados a poucas horas do início do julgamento no STF, marcado para as 14h. O pedido de habeas corpus impetrado pela defesa pede que o ex-presidente possa apelar em liberdade contra a condenação de 12 anos e um mês de prisão imposta em segunda instância, até que se esgotem todos os recursos possíveis em diferentes instâncias judiciais.

No último dia 22 de março, após uma série de atrasos e discussões tensas, uma maioria de ministros da corte optou por adiar a discussão sobre o mérito do habeas corpus até esta quarta-feira. Em tese decide-se apenas a situação legal de Lula.

Michel Temer ao lado de Eduardo Villas Bôas
Temer ao lado de Villas Bôas: presidente não comentou as declarações do generalFoto: picture-alliance/AP Photo/E. Peres

O ex-presidente precisa do habeas corpus para afastar a possibilidade praticamente certa de ser preso e começar a cumprir a condenação de 12 anos e um mês imposta em segunda instância. O adiamento fez com que o petista ganhasse tempo, já que o STF concedeu uma liminar que garantiu sua liberdade até que uma decisão final seja tomada.

Caso a maioria dos 11 ministros do STF decida pela concessão do habeas corpus, Lula permanecerá livre enquanto seu caso é analisado por instâncias superiores. Caso tenha o habeas corpus recusado, o ex-presidente poderá ser rapidamente alvo de um pedido de prisão.

As postagens de Villas Bôas, que possui mais de 140 mil seguidores no Twitter, foram compartilhadas por milhares de pessoas. Outros generais do Exército utilizaram as redes sociais para apoiar as declarações do comandante. O presidente Michel Temer, Comandante Supremo das Forças Armadas, não comentou as declarações de Villas Bôas.

RC/abr/efe/ots

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