Com 47% de eficácia, vacina da CureVac frustra expectativas
17 de junho de 2021A vacina contra a covid-19 desenvolvida pela empresa alemã de biotecnologia CureVac demonstrou eficácia de apenas 47% em uma análise provisória realizada na última fase de testes.
Em nota divulgada nesta quarta-feira (17/06), a empresa atribuiu o fraco desempenho a um "contexto sem precedentes de 13 variantes que circulam entre o subgrupo da população analisado”, além de variações nos resultados entre grupos de idades diferentes.
"A CVnCoV demonstrou eficácia da vacina provisória de 47% em qualquer grau de severidade da covid-19 e não atingiu critérios de sucesso estatístico pré-especificados", informou o laboratório.
A CureVac reportou os resultados dos estudos da fase 2b/3, realizados em 40 mil pessoas de dez países europeus e latino-americanos, à Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e deve realizar a análise final em poucas semanas.
"Apesar de esperarmos um resultado provisório mais forte [...] demostrar alta eficácia em meio à ampla e sem precedentes diversidade de variantes é algo desafiador", afirmou o CEO da CureVac, Franz-Werner Haas. Ele ressaltou que a eficácia geral da vacina ainda poderá mudar até a análise final.
O revés para a CureVac veio depois de uma série de atrasos, em razão da dificuldade de encontrar voluntários suficientes para a fase final do estudo.
Inicialmente, a empresa esperava conseguir a aprovação da EMA ainda no segundo trimestre do ano, com a entrega de 1,4 milhão de doses para a Alemanha ate o final de junho. Agora, a autorização do produto não deve ocorrer antes do mês de agosto.
Concorrência da Pfizer-Biontech e Moderna
A vacina da CureVac é baseada na nova tecnologia de RNA mensageiro (mRNA) – que, em termos simples, ensina as células do corpo humano a se defenderem do vírus responsável pela covid-19 – assim como os imunizantes de alta eficácia desenvolvidos pela Pfizer-Biontech (eficácia de 95%) e Moderna (94,1%).
Apesar do atraso em relação às demais concorrentes, a CureVac acredita que seu produto possua algumas vantagens competitivas. Sua vacina pode ser armazenada a temperaturas de geladeiras comuns, ao contrário das outras duas, que exigem refrigeração a temperaturas bastante baixas.
Além disso, o imunizante alemão requer doses mais baixas, o que permite uma produção em massa e a custos mais baixos. A União Europeia reservou 405 mil doses da vacina. A Alemanha, através de um memorando de entendimento, já encomendou outras 20 milhões de doses.
rc (AFP, Reuters)