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Criado centro de música antiga na cidade de Colônia

4 de março de 2012

O Zamus – Zentrum für Alte Musik – oferece infraestrutura, espaços e uma rede social para a música pré-clássica. Iniciativa do grupo Concerto Köln, o local abrigará também eventos, com ênfase em concertos didáticos.

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Concerto didático no ZamusFoto: Michael Rathmann

Desde 2004, o conjunto musical Concerto Köln vinha alugando escritórios e uma sala de ensaios nas dependências de uma antiga fábrica de iluminação, tombada como patrimônio histórico. Sob o nome do deus do sol da Grécia antiga, Hélio, a firma, fundada no final do século 19, produzia principalmente lâmpadas caseiras e para faróis.

Marca registrada do bairro coloniano de Ehrenfeld, a torre Heliosturm, construída em 1882, se ergue acima dos telhados dos prédios vizinhos: um farol em meio à cidade, o qual abriga não apenas o Concerto Köln, como também, recentemente, o Zamus – Zentrum für Alte Musik.

Ideia e realização

Embora há um bom tempo Colônia seja considerada um bastião da música antiga – termo que designa a produção musical pré-clássica, ou seja, da Idade Média ao Barroco –, até então, não existia um ponto de confluência, onde os músicos pudessem trocar experiências ou simplesmente alugar barato uma sala de ensaios.

Para o Concerto Köln e seu diretor, Jochen Schäfsmeier, estava claro que algo precisava mudar. E assim amadureceu a intenção de fundar um centro de música antiga. "O plano nasceu, simplesmente, porque aqui há muito espaço, e ficou constatado que é maior a disposição de aplicar meios públicos na concentração de esforços, mais do que em grupos musicais isolados", lembra Schäfsmeier.

Der Heliosturm in Köln-Ehrenfeld
Torre Heliosturm do bairro de EhrenfeldFoto: Marita Berg

Embora os diferentes músicos da cena coloniana naturalmente também se encontrem numa relação de concorrência, o projeto encontrou grande ressonância. Assim fundou-se em 2011 a Associação de Música Antiga de Colônia, que se transformou praticamente numa confederação para o gênero na cidade às margens do rio Reno.

A fim de convencer eventuais patrocinadores públicos e privados da ideia, primeiro foi necessário dar forma concreta aos planos para o novo centro de música antiga. Em numerosos encontros, músicos e empresários da área formularam suas metas. "Queremos criar aqui salas de ensaio e, ao mesmo tempo, também disponibilizar escritórios e espaços de trabalho para diferentes conjuntos", resume Jochen Schäfsmeier. "Com essa ideia, conseguimos convencer a cidade e o estado, e agora concluímos as obras da primeira ala."

Rede social

Nesse ínterim, os primeiros conjuntos já ocuparam suas dependências administrativas. Entre eles, a Capella Coloniensis, Das Neue Orchester e Cantus Cölln. Além disso, as salas de ensaio podem ser alugadas a preços acessíveis, onde instrumentos de teclado – como diversos cravos e um hammerflügel (antepassado do piano moderno) – se encontram à disposição. Numa outra ala, estarão instalados, até meados do ano, três quartos para hospedar músicos vindos de fora.

Zentrum für Alte Musik
Interesse por instrumentos antgos é grandeFoto: Michael Rathmann

Nas salas da histórica Heliosturm sopra nova vida, nasceu uma rede social para a música antiga. Há ensaios e debates, e músicos que jamais haviam trabalhado juntos antes, se encontram no Zamus e podem desenvolver projetos conjuntos. Isso já aconteceu na prática, explica Schäfsmeier, do Concerto Köln.

"Por exemplo, no ano passado nos apresentamos no Beethovenfest [de Bonn], e levamos também conosco um quarteto de cordas e um coro da cena de música antiga de Colônia." E como os caminhos são curtos na ala de escritórios do Zamus, fica simples transferir para um dos outros grupos um convite de concerto que não seja possível aceitar.

Revelações mútuas

Mas o novo centro não pretende ser apenas o endereço e um ponto de encontro para música antiga em Colônia: a Heliosturm também deverá ser regularmente palco de eventos – como simpósios, concertos e projetos pedagógicos.

Estes incluem as apresentações gratuitas para escolas que o Concerto Köln já oferece há alguns anos. O grupo alvo, neste caso, é composto de estudantes entre oito e 18 anos de idade que não têm nenhum outro acesso à música clássica. Além de contribuir para desbastar os preconceitos e bloqueios existentes, o contato direto com os executantes também desperta o interesse pela música; os jovens e adolescentes aprendem como podem ser excitantes os sons de séculos passados.

Martin Sandhoff von Concerto Köln im Gespräch mit Eröffnungsgästen des ZAMUS
Organizadores e convidados na inauguração do centroFoto: Michael Rathmann

Para Martin Sandhoff, diretor artístico do Concerto Köln, esses concertos didáticos são um enorme ganho pessoal. A seu ver, no futuro os eventos pedagógicos serão um dos focos do trabalho do Zamus. "No último concerto para escolas, por exemplo, o apresentador escolheu alguns momentos em que as crianças podiam participar. E dessa colaboração, nasceram momentos realmente mágicos, em que os próprios músicos paravam e pensavam: 'Nossa, isso foi realmente especial!'."

Autor: Marita Berg / Augusto Valente
Revisão: Marcio Damasceno