Colômbia suspende bombardeios em acampamentos das Farc
11 de março de 2015O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, ordenou a suspensão por um mês dos bombardeios em acampamentos das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), na tentativa de reduzir a intensidade do conflito armado no país.
Santos, que anunciou a decisão nesta terça-feira (10/03), reconheceu que as Farc vêm cumprindo o cessar-fogo unilateral e por tempo indeterminado declarado por eles em dezembro passado, com base em confirmações feitas pelos comandantes do Exército, da polícia e por autoridades regionais. O presidente colombiano considera que o diálogo com os guerrilheiros entrou numa fase definitiva.
Ao final de um mês, o governo pretende fazer uma nova revisão do cumprimento do cessar-fogo. "Dependendo dos resultados, decidiremos se continuaremos com essa medida (a suspensão dos bombardeios) ou não", afirmou Santos em pronunciamento transmitido por rádio e televisão.
No entanto, ele ressaltou que o governo não vai abrir mão de novos bombardeios caso alguma população esteja sob "iminente ameaça" das Farc. "As forças públicas continuarão cumprindo sua obrigação de proteger todos os colombianos e não vão descuidar de um só centímetro de nosso território", garantiu.
O presidente ainda alertou que, apesar da suspensão temporária dos bombardeios, confrontos ocasionais durante operações de patrulhamento e de controle militar de território poderão ocorrer.
Bombardeios das forças militares colombianas contra insurgentes fazem parte de uma ofensiva que resultou na morte de vários comandantes guerrilheiros. As duas partes encontram-se em meio a negociações para um acordo de paz, discutido em Havana, Cuba, para colocar fim ao conflito que já dura mais de 50 anos e deixou 220 mil mortos até agora.
No sábado passado, líderes das Farc e o governo concordaram em trabalhar em parceria na localização e desativação de minas terrestres em selvas e montanhas da Colômbia – primeiro acordo concreto alcançado até agora para diminuir a tensão na região. Os guerrilheiros também concordaram em não mais recrutar menores de 17 anos.
MSB/rtr/efe/dpa