Clubes investem pouco em reforços para reta final da Bundesliga
15 de janeiro de 2002Por satisfação com seus jogadores ou por falta de recursos financeiros, os clubes alemães pouco investiram em reforços, durante o recesso de inverno, para as 16 rodadas restantes do Campeonato Alemão 2001/2002. Na temporada passada, eles chegaram a gastar neste período 36,7 milhões de euros para melhorarem suas equipes. Desta vez, mal passaram de 18 milhões.
No entanto, o total investido desde o início da atual temporada atinge o recorde de 173,15 milhões de euros (o anterior era de 146,5 milhões há dois anos). Nesta terça-feira terminou o prazo para registro de novos jogadores. Cinco clubes não fizeram uso da oportunidade.
Maiores investimentos
– A transação mais cara coube ao Stuttgart, que pagou 7,7 milhões de euros pelo zagueiro português Fernando Meira. O valor eqüivale à metade do gasto por todos os 18 clubes da primeira divisão. Explicação: no início da temporada, o Stuttgart sofria com dívidas exorbitantes e vendeu mais do que comprou. Com a criação de uma empresa de participações, o clube atraiu investidores e encheu o caixa para investir agora.Depois de trocar o técnico durante o campeonato, o Hamburgo partiu também para melhorar a qualidade de seu escrete e abriu os cofres para trazer o atacante argentino Bernardo Romeo, do San Lorenzo, por 5,65 milhões de euros.
Disputa por Kehl
– Dos grandes clubes que brigam pela liderança da Bundesliga, o Borussia Dortmund foi o único a abrir generosamente os cofres. Após uma disputa com o Bayern de Munique, desembolsou 3,3 milhões de euros para ter imediatamente o zagueiro Sebastian Kehl, do Freiburg. Terceiro colocado, o Werder Bremen gastou 750 mil euros para trazer o suíço Ludowig Magnin.Bayern de Munique, Bayer Leverkusen, Kaiserslautern, Hertha Berlim e Schalke limitaram-se a cuidar de reforços para a próxima temporada. O Bayern de Munique anunciou que terá, a partir de julho, Deisler (Hertha Berlim) e Ballack (Bayer Leverkusen), ambos da Seleção Alemã. Hertha e Schalke tiveram que se ocupar, antes de mais nada, com a procura de novos treinadores, pois os atuais não continuarão nos clubes ao fim do atual campeonato.
Brasileiros
– O Leverkusen dá como certa a vinda de França, do São Paulo, em meados do ano, por 8,5 milhões de euro. O líder do Campeonato Alemão alegou razões financeiras para não contratá-lo já. "Não quisemos estourar nosso orçamento, mesmo que pouca coisa, devido à conjuntura econômica e a situação específica da Bayer. Além disto, esportivamente, não vemos urgência", justificou o diretor Reiner Calmund, referindo-se às despesas que o grupo químico-farmacêutico Bayer terá com indenizações por conta de mortes causadas pelo redutor de colesterol Lipobay.O time também estaria bem servido de meio-campistas e atacantes. Tanto que, após emprestar o paranaense Paulo Rink ao Nürnberg em novembro, o Leverkusen cedeu agora o meio-campista Marquinhos, que retorna ao Brasil como reforço do Paraná. Na Alemanha há um ano e meio, o ex-jogador da Inter de Limeira jamais foi aproveitado no Campeonato Alemão.
Com isto, só Lúcio e Zé Roberto restam no Leverkusen, que destacava-se como o clube alemão com maior número de brasileiros. A posição foi perdida para o Borussia Dortmund, que consolidou durante o recesso a compra do atacante Éwerthon, que já vem brilhando no ataque do vice-líder alemão, ao lado de Amoroso.
Sem desespero
– Os últimos colocados do Campeonato Alemão igualmente mostraram-se contidos neste recesso. Se na temporada passada, o Eintracht Frankfurt ainda torrou, em vão, 3,8 milhões de euros na tentativa de reforçar a equipe para evitar o rebaixamento, desta vez o lanterna St. Pauli desembolsou apenas 30 mil euros para ter Demo Kowalenko, do Chicago Fire, por empréstimo.O Energie Cottbus optou por contratar jogadores com passe-livre, enquanto o Nürnberg mantém suas esperanças nos brasileiros Paulo Rink, trazido do Leverkusen, e Cacau, promovido a profissional após brilhar em sua estréia na Bundesliga, ainda como amador.