Clinton na Ásia
16 de fevereiro de 2009A secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, deu início, nesta segunda-feira (16/02), à sua primeira viagem ao exterior após assumir o cargo. Contrariando a tradição, segundo a qual o primeiro destino internacional do chefe da diplomacia norte-americana seria a Europa, Clintou salientou que "foi uma decisão fácil" optar por visitar antes Japão, Indonésia, Coreia do Sul e China.
O gesto vem sendo interpretado como uma reorientação da política externa norte-americana sob a presidência de Barack Obama. "Escolhi a Ásia como destino da minha primeira viagem como secretária de Estado, a fim de mostrar que as relações dos EUA com a outra costa do Pacífico são indispensáveis para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades do século 21", afirmou Clinton à imprensa no aeroporto de Narita, perto de Tóquio.
Para observadores, o novo governo norte-americano reconhece que a Ásia está se tornando uma das regiões de maior peso no cenário internacional. Segundo especialistas, nenhuma outra parte do globo concentra tantas questões de importância global como a Ásia – seja quanto ao futuro da economia mundial, a ameaça de armas atômicas ou o aquecimento global.
"Os interesses norte-americanos de longo prazo e o futuro da Ásia estão profundamente interligados", avalia Sheila Smith, do Council of Foreign Relations, sediado em Washington.
Resgatando a própria imagem
Clinton espera assim poder polir a imagem dos EUA na região do Pacífico Asiático, fortemente abalada nos últimos anos pela política externa do ex-presidente George W. Bush. No entanto, especialistas preveem que o resultado da viagem de Clinton pelo continente não passará de meras declarações de intenção.
"Muitos sinais, mas pouca substância" é o que espera Bruce Klinger, da Fundação Heritage, em Washington. O que não é necessariamente ruim: "Principalmente, se Clinton enviar sinais importantes para os aliados Japão e Coreia do Sul", disse Klinger.
Ao longo de uma semana, Clinton tratará de assuntos diversos, como a crise econômica e financeira, o terrorismo e a dependência no setor de energia, entre outros temas de relevância internacional. Além disso, já antes de partir de Washington, ela afirmou que o programa nuclear norte-coreano representa "o maior desafio à estabilidade no Nordeste Asiático".