Cinema alemão também tem sua bruxa voadora
1 de outubro de 2002Num passe de mágica, Bibi consegue fazer chover de uma nuvem, salvando a vida de duas crianças presas numa casa em chamas. Em recompensa pela boa ação, Walpurgia, a feiticeira-mor, lhe promete a bola de cristal, apetrecho de toda bruxa que se preze. Orgulhosa e ansiosa, a garota voa em sua vassoura mágica para o Blocksberg, acompanhada da mãe, também entendida em bruxarias. Com inveja da fama de Bibi, a feiticeira Rabia entra em ação, dificultando a vida da garota e de toda sua família.
Pode parecer plágio de Harry Potter, mas não é. Bibi, figura criada pela alemã Elfie Donnely, é bem mais antiga do que a criação da britânica Joanne K. Rowling: ela vem cativando os baixinhos da Alemanha desde meados da década de 80. Até agora, eles consumiam suas histórias em forma de audiocassetes, das quais já se venderam 33 milhões de exemplares.
Orçamento modesto
As aventuras da feiticeira mirim, consideradas até agora infilmáveis, foram parar nas telas por insistência de Uschi Reich, presidente da Bavaria, empresa produtora e distribuidora de filmes. A própria autora das histórias escreveu o roteiro. Para a direção, Reich contratou a experiente Hermine Huntgeburth e, para o elenco, conquistou intérpretes conhecidos no cenário alemão: Katja Reimann, Corinna Harfouch e Ulrich Noethen. Para o papel principal, foi escolhida Sidonie von Krosigk, de 12 anos.
O maior desafio foi a relativa modéstia dos recursos financeiros. "Realizar Bibi custou um esforço enorme", conta a produtora Reich. "O filme contém 164 efeitos digitais — com um orçamento de apenas seis milhões de euros. Para o mesmo número de efeitos, os americanos dispõem de um capital dez ou mesmo 20 vezes maior. Deu muito trabalho, mas ao mesmo tempo um prazer enorme!"
Em cartaz nos cinemas alemães desde o dia 26 de setembro, Bibi Blocksberg está em terceiro lugar entre os êxitos de bilheteria.