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Cinco longas brasileiros no Festival de Documentários de Amsterdã

Soraia Vilela27 de novembro de 2001

Mostra que vai até o próximo dia 2 destaca produções chinesas, dedica uma retrospectiva aos irmãos Maysles e abre mais uma vez espaço para novas formas de linguagem.

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Pela primeira vez na história do mais importante e amplo festival da não-ficção, a mostra de documentários de Amsterdã optou por não diferenciar entre película e vídeo. Em vez disso, a organização dividiu a competição entre longas – com mais de uma hora – e "curtas", entendendo-se aqui filmes de até sessenta minutos.

Além da mostra competitiva, o paralelo Imagens Refletidas destaca documentários que procuram desenvolver uma nova linguagem cinematográfica, servindo como um desafio aos olhos do espectador. Em Primeira Aparição, foram selecionados 15 documentaristas estreantes que se dedicam a descobrir novas formas de narração não ficcional.

Outro ciclo especial dentro do festival é dedicado este ano aos irmãos Albert e David Maysles, precursores do gênero conhecido como direct cinema. Os cineastas são responsáveis por portraits de estrelas pop, como o ator Marlon Brando (Meet Marlon Brando), os Beatles (What's happening! The Beatles in the USA) e os Rolling Stones (Gimme Shelter). O festival dedica aos diretores uma extensa e detalhada retrospectiva.

Cinematografia chinesa -

A série Made in China é um dos pontos centrais de Amsterdã em 2001. Contribuições de Taiwan, Hong Kong e da República Popular da China fornecem um panorama de dez documentários recentes rodados nesses países, sublinhando detalhes que marcam a cultura e a história chinesa.

Também dez longas formam a mostra paralela Top 10 – Kim Longinotto, que rastreia a filmografia da diretora inglês. Um dos destaques fica com Divorce Iranian Style, que revela a luta de mulheres iranianas que tentam o divórcio perante os tribunais do país. Este ano, Longinotto voltou mais uma vez ao Irã para registrar a vida de jovens em Runaway.

Brasil –

Entre as contribuições brasileiras, Amsterdã traz este ano Olho da Rua, de Sérgio Bloch, um retrato de vendedores ambulantes e artistas de rua no Rio de Janeiro. Carrego Comigo, de Chico Teixeira, busca 13 gêmeos que discorrem sobre os "ócios" da semelhança e da proximidade e as dificuldades em lidar com a própria individualidade. Entre os entrevistados estão os travestis Dolly e Dolly, os padres Henrique e Clemente, as nadadoras Beatriz e Juliana e as top models Carolina e Mariana.

Em Babilônia 2000, dirigido por cinco equipes do CECIP e produzido pelo veterano Eduardo Coutinho, os moradores das favelas Chapéu Mangueira e Babilônia revelam seus planos para o futuro e são registrados com câmeras digitais mesmo antes do início das entrevistas.

José Joffily Filho discute ainda em O Chamado de Deus o papel da religião no Brasil atual e Walter Carvalho toma em Janela da Alma a experiência do olhar como tema de seu documentário. José Saramago, Wim Wenders, Agnès Varda e Hanna Schygulla são alguns dos entrevistados.