CIA acusa Wikileaks de pôr vidas em risco
9 de março de 2017A Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos acusou nesta quarta-feira (08/03) a plataforma Wikileaks de ajudar os adversários do país e colocar vidas americanas em risco, após a divulgação de documentos secretos que revelam métodos de espionagem digital supostamente praticados pela agência com o desenvolvimento de armas cibernéticas.
O vazamento inclui 8.761 documentos que expõem detalhes da utilização e desenvolvimento de ferramentas de hacking como vírus, cavalos de troia, malwares e outras armas digitais capazes de contornar a criptografia de aplicativos de mensagens populares como Whatsapp e Telegram, além de transformar smartphones e aparehos de televisão em ferramentas de espionagem.
"O público deveria se inquietar com qualquer divulgação do Wikileaks que tem por objetivo alterar a capacidade da comunidade de inteligência de proteger os EUA dos terroristas e de outros adversários", disse a porta-voz da CIA Heather Fritz Horniak.
Ela não confirmou a autenticidade dos documentos divulgados, mas saiu em defesa das operações cibernéticas promovidas pela agência. "É o trabalho da CIA ser inovadora, de vanguarda, e a primeira linha de defesa é proteger nosso países de inimigos externos", disse Horniak.
Segundo o jornal americano Washington Post, o FBI prepara uma "grande caça aos informantes" para determinar como o Wikileaks teve acesso aos documentos.
Trump "extremamente preocupado"
Nesta quarta-feira, o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, disse que o presidente americano, Donald Trump, está "extremamente preocupado" sobre a quebra na segurança da CIA .
"Qualquer um que vaze informações confidenciais será punido pelo grau mais alto da lei", disse Spicer.
Dois funcionários da CIA disseram à agência de notícias Reuters que empresas ou funcionários prestadores de serviço seriam os responsáveis pelo vazamento das informações: segundo afirmam, as agências de inteligência já tinham conhecimento da quebra de sigilo desde o ano passado.
As fontes entrevistadas pela Reuters sustentam que os documentos vazados pelo Wikileaks são autênticos. A maioria dos analistas que examinaram o conteúdo do material também atestou que seria de fato verdadeiro.
RC/rtr/lusa/ap