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China debate primeiro plano quinquenal da era Xi Jinping

Frank Sieren, de Pequim (av)26 de outubro de 2015

Meta de crescimento anual deve ficar em 6,5% no período de 2016 a 2020, e governo vai priorizar abertura econômica, mercado doméstico e internacionalização da moeda.

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Presidente Xi Jinping apresentará plano de cinco anosFoto: picture alliance/dpa/C. Sung-Jun

Os olhos da economia e da política internacional estão voltados para a capital chinesa. De 26 a 29 de outubro de 2015, lá se reúnem os 205 membros do Comitê Central do Partido Comunista para a quinta assembleia plenária do 18º Congresso Nacional do PCC. Durante quatro dias, os homens mais poderosos do país deliberam, a portas fechadas, sobre o desenvolvimento futuro da nação.

A reunião deste ano é especialmente importante, por tratar do próximo plano quinquenal. Este estabelece os parâmetros da política da China de 2016 a 2020 – um período, portanto, em que o país vai se encontrar em reformas profundas, ao mesmo tempo que a economia mundial acusa grande instabilidade.

A situação apresenta um dilema básico: quanto mais inseguras as circunstâncias, maior a importância de desenvolver um plano. Ao mesmo tempo, contudo, justamente em épocas assim é difícil planejar.

Crescimento menor

Índices de crescimento de dois dígitos são coisa do passado: com apenas 7% em 2015, a China apresenta a menor percentagem do último quarto de século. Note-se, porém, que 7% hoje representam a mesma força econômica que um crescimento de 14% cinco anos atrás.

Também está claro que, para Pequim, inicia-se agora uma nova fase de desenvolvimento, com novas prioridades, numa política que não se pode descrever simplesmente como "mais economia de mercado". Pois as turbulências das bolsas de valores chinesas nos últimos meses também mostraram que o governo não pode se limitar a deixar o mercado cuidar de si mesmo.

Justamente no último fim de semana, o governo em Pequim foi forçado a estimular a economia mais uma vez: o Banco Central baixou a taxa de juros em 0,25 ponto porcentual, até 4,35%. Trata-se da sexta vez, em um ano, que o governo intervém no mercado com a redução dos juros. Entretanto, com uma taxa superior a 4%, ainda sobra uma margem de negociação – o que não é o caso no Japão e no Ocidente.

China Presse Treffen KP in Peking
Encontro de representantes do Partido Comunista é tema da imprensa chinesaFoto: picture-alliance/dpa/Kyodo

Primeiro plano quinquenal de Xi

Tudo depende de um homem, o presidente Xi Jinping, e de se, em seu primeiro plano de cinco anos, ele encontrará o equilíbrio capaz de proporcionar à China uma economia sustentável. Outros motivos recorrentes nesta fase denominada de "nova normalidade" são: "alta qualidade", "eficiência" e "igualdade".

Como já chegou a conhecimento público, a meta para o crescimento econômico é de 6,5% na média anual. O crescimento mais lento deverá reservar maior espaço para reformas estruturais, como, por exemplo, uma maior abertura do mercado chinês e o fortalecimento do mercado doméstico.

A internacionalização do yuan (renminbi) deverá igualmente ter prosseguimento. Foi tão positivo nos últimos anos o desenvolvimento das transações com a moeda chinesa que, num futuro próximo, ela poderá ser promovida a moeda de reserva. Além disso, o governo de Xi pretende se concentrar em temas como energias renováveis, proteção ambiental e ampliação da infraestrutura.

Locomotiva da economia mundial

Desenvolvimento sustentável também significa melhor padrão de vida para a população da China. Não está definido se o governo pretende manter seu projeto de, até 2020, duplicar a renda per capita e erradicar a pobreza. Segundo dados oficiais, no momento há 70 milhões de pobres no país, em 2014 eram 12 milhões a mais, e 15 anos atrás o total de pobres chinesas chegava a 600 milhões.

O plano quinquenal ainda precisa passar pela Conferência Econômica Central, que se reúne em dezembro, antes de ser definitivamente aprovado pelo Congresso Nacional do Povo, em março próximo. Até hoje, porém, muito raramente algo fundamental foi alterado durante a sessão do Comitê Central – e ainda menos depois dela.

Ainda assim, observadores de todo o mundo acompanham com suspense os acontecimentos dos próximos três dias. O empresariado da Alemanha, como um dos principais parceiros comerciais da China, observa com grande atenção que focos Pequim estabelecerá. Pois, mesmo com meros 6,5% ao ano, o país asiático, sozinho, é responsável por um terço do crescimento global – afirmando-se assim, como uma das principais locomotivas da economia mundial.