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Chefes de gabinete de May pedem demissão após revés

10 de junho de 2017

Nick Timothy e Fiona Hill eram os principais conselheiros da premiê britânica. Desde as eleições, quando os conservadores perderam a maioria absoluta no Parlamento, era grande a pressão pelo afastamento de ambos.

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Nick Timothy e Fiona Hill, conselheiros de May desde que ela era ministra do Interior
Nick Timothy e Fiona Hill, conselheiros de May desde que ela era ministra do InteriorFoto: picture alliance/empics/R. Findler

Nick Timothy e Fiona Hill, chefes de gabinete da primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciaram sua demissão neste sábado (10/06), na sequência do revés eleitoral sofrido pelo Partido Conservador na quinta-feira, a menos de duas semanas do início das negociações do Brexit.

Em comunicado publicado no site Conservative Home para anunciar sua renúncia, Timothy admitiu que a campanha conservadora falhou em informar sobre "o plano positivo de Theresa para o futuro" e não foi capaz de notar o crescimento significativo do apoio dos eleitores ao Partido Trabalhista.

"Assumo a responsabilidade pela minha tarefa nesta campanha eleitoral, que era supervisionar nosso programa político", disse o ex-assessor. "E assumo a responsabilidade pelo conteúdo de todo o manifesto conservador, que sigo acreditando ser um programa honesto e forte para o governo."

No texto, Timothy lamentou o resultado das eleições britânicas – o que classificou como uma "grande decepção" – e enfatizou que a razão para o revés "não foi a ausência de apoio a Theresa May e aos conservadores, mas um aumento inesperado do apoio aos trabalhistas".

A renúncia de Hill, por sua parte, foi confirmada por um porta-voz dos conservadores à imprensa britânica. "Foi um prazer servir ao governo e trabalhar com uma excelente primeira-ministra. Não tenho dúvida nenhuma de que Theresa May continuará servindo e trabalhando arduamente como primeira-ministra – e de forma brilhante", afirmou Hill, citada pelo site Conservative Home.

Conservadores perdem espaço

Hill e Timothy eram conselheiros de May desde que ela era ministra do Interior, entre 2010 e 2016. Recentemente, eles vinham sendo alvo de duras críticas a respeito de seu papel na campanha eleitoral e no gerenciamento do gabinete da primeira-ministra.

Para alguns parlamentares, o afastamento de ambos era o único caminho para que May permanecesse no poder depois dos resultados insatisfatórios das eleições gerais de quinta-feira, quando o Partido Conservador perdeu a maioria absoluta no Parlamento.

May havia convocado eleições antecipadas justamente para elevar a maioria conservadora e facilitar o processo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE), o chamado Brexit, mas o objetivo caiu por terra. Os conservadores não conseguiram alcançar os 326 assentos necessários para formar uma maioria na Câmara dos Comuns.

O partido de May ficou com 318 assentos, contra 262 do Partido Trabalhista. Na sexta-feira, a primeira-ministra anunciou que tentará formar um governo com apoio do Partido Unionista Democrático (DUP), da Irlanda do Norte, que tem dez assentos, a fim de garantir a maioria absoluta no Parlamento.

EK/afp/ap/lusa/rtr/ots