Chefe do partido de Merkel vai assumir Defesa
16 de julho de 2019A atual presidente da União Democrata-Cristã (CDU), Annegret Kramp-Karrenbauer vai ser a nova ministra da Defesa da Alemanha, confirmou a chancelaria federal do país nesta terça-feira (16/07). O anúncio ocorre pouco depois de a atual titular da pasta, Ursula von der Leyen, ser confirmada pelo Parlamento Europeu como nova presidente da Comissão Europeia, o braço executivo da UE.
Kramp-Karrenbauer, conhecida pela sigla AKK, assumiu a presidência da CDU em dezembro de 2018, com a bênção da chanceler federal Angela Merkel, que exerceu a função por 18 anos. Ao assumir a chefia do partido, AKK foi colocada como a provável candidata a chanceler federal da Alemanha pela CDU em 2021.
Mas o plano tem registrado sobressaltos. A liderança de AKK à frente do partido vem sendo contestada por vários caciques regionais e sua popularidade registra queda. Uma pesquisa mostrou que 70% dos alemães não acreditam que AKK tenha capacidade para se tornar chefe de governo.
Mais cedo, Merkel havia afirmado que não pretendia deixar a pasta da Defesa sem um titular permanente. Von der Leyen já havia afirmado que pretendia deixar o cargo na quarta-feira, independentemente de ser escolhida ou não para chefiar a Comissão Europeia.
"Vai ocorrer uma substituição muito rápida no Ministério Federal da Defesa", disse Merkel.
Mas a escolha de AKK, política de 56 anos que foi governadora do pequeno estado alemão do Sarre entre 2011 e 2018, para chefia a Defesa gerou surpresa na Alemanha. Vários membros da coalizão de governo esperavam que o escolhido para tomar o lugar de Von der Leyen seria o atual ministro da Saúde, Jens Spahn.
Nos últimos meses, AKK vinha afirmando repetidamente que não tinha interesse em assumir um cargo ministerial no governo da sua madrinha política, argumentando que "havia muito a ser feito na CDU".
À frente da pasta da Defesa, ela terá a tarefa de reorganizar as Forças Armadas do país (Bundeswehr), que enfrentam problemas de sucateamento de equipamento e falta de pessoal.
Nos últimos anos, vários políticos que passaram pela pasta tiveram dificuldades para reverter o declínio da Bundeswehr, e a própria cadeira de ministro passou a ser apelidada de "assento ejetável" pela imprensa alemã. Mesmo Ursula von der Leyen acumulou críticas nos quase seis anos em que esteve à frente do ministério.
JPS/ots
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