Chanceler austríaco pede mais apoio à Grécia
17 de junho de 2015O chanceler federal da Áustria, Werner Faymann, apelou à União Europeia (UE) para que demonstre mais solidariedade com países em dificuldades. A declaração foi dada nesta quarta-feira (17/06), durante uma visita a Atenas, destinada a afastar temores de que a Grécia possa deixar a zona do euro.
"Para que a Europa seja mais forte, deve prestar solidariedade e apoio a países que os necessitam", declarou Faymann durante uma reunião com o presidente grego, Prokopis Pavlopoulos. Faymann, um social-democrata que adotou uma linha mais condescendente com a Grécia, reuniu-se também com o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras.
Em declarações à emissora austríaca ORF, Faymann disse que o governo em Atenas deve respeitar os compromissos assumidos no âmbito do atual plano de resgate, mas também necessita apoio para evitar uma saída da zona do euro.
Antes da reunião com Tsipras, o chanceler austríaco também destacou uma série de propostas da UE e do Fundo Monetário Internacional (FMI) que ele chamou de insensatas. "Alto desemprego, entre 30% a 40% da população sem seguro de saúde, e aí [pedem para] elevar os impostos sobre medicamentos. Pessoas que estão numa situação difícil como essa não conseguem entender isso", declarou.
O chanceler também comentou as declarações feitas pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, nesta terça-feira, que acusou Tsipras de desinformar os gregos sobre quais reformas a UE espera de Atenas como contrapartida ao desbloqueio dos restantes 7,2 bilhões de euros do atual plano de resgate. "O debate na Grécia e fora da Grécia seria mais fácil se o governo grego dissesse o que exatamente a comissão está propondo", disse Juncker, em Bruxelas.
Faymann criticou os comentários de Juncker, afirmando que insultos não ajudam numa hora como essa. "Estou do lado do povo grego que, nessa posição difícil, recebe mais propostas prejudiciais para a sociedade", disse Faymann.
O chanceler austríaco, acrescentou, porém, que estava confiante de que poderia apoiar os esforços da Juncker para fechar um acordo entre a Grécia e Bruxelas, utilizando como exemplo a Áustria, um país onde, segundo ele, trabalhadores e aposentados dispõem de um sistema de saúde acessível.
Diante do impasse de cinco meses entre Atenas e os seus credores, Faymann declarou que os nervos estão à flor da pele, mas disse que a principal tarefa é "evitar uma catástrofe", em referência a uma possível saída da Grécia da zona do euro.
AS/rtr/afp