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Cautela em sondagens de coalizão entre SPD e CDU/CSU

7 de janeiro de 2018

Diálogo entre as legendas candidatas à formação de governo começou "sério e concentrado", assegura secretário-geral do SPD. Acima de tudo, está a consciência de que é preciso mudanças na política do país e da Europa.

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Angela Merkel (CDU) e Martin Schulz (SPD): alegres "rivais aliados" em Berlim
Angela Merkel (CDU) e Martin Schulz (SPD): alegres "rivais aliados" em BerlimFoto: Reuters/H. Hanschke

No primeiro dia de suas sondagens para a formação de um governo de coalizão para a Alemanha, as lideranças das conservadoras União Democrata Cristã (CDU) e Social Cristã (CSU) e do Partido Social-Democrata (SPD) sublinharam a necessidade de reformas abrangentes em nível nacional e europeu.

"Todos estamos conscientes da responsabilidade pelo futuro da Alemanha e da Europa", declarou neste domingo (07/01) o secretário-geral do SPD, Lars Klingbeil, na Casa Willy Brandt, central federal do partido, em Berlim, em cauteloso comunicado de comum acordo com as demais legendas participantes.

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Está claro para todos que "não haverá um 'continuemos assim'", prosseguiu o político social-democrata. A vontade comum é que as sondagens apresentarão um resultado na próxima quinta-feira, "sob cuja base então decidiremos se vale a pena continuar o diálogo".

Ele enfatizou que a Alemanha se encontra "numa nova era", a qual "precisa de uma nova política": "Estamos vendo que a política neste país precisa mudar." Klingbeil assegurou que as deliberações do dia foram muito sérias e concentradas, porém abertas: embora políticos e partidos já se conheçam, esta é "uma situação especial", observou.

Encontro na Casa Willy Brandt foi esperado como luz no fim do túnel das negociações de coalizão
Encontro na Casa Willy Brandt foi esperado como luz no fim do túnel das negociações de coalizãoFoto: picture-alliance/dpa/J. Carstensen

Com a corda no pescoço

Após mais de três meses sem governo, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, tenta encerrar a novela política com o início das sondagens entre os maiores partidos sobre uma reedição da última coalizão de governo.

"Eu, pessoalmente, farei todo o possível para que esta coalizão siga adiante", disse Horst Seehofer, líder da União Social Cristã (CSU), partido-irmão bávaro da União Democrata Cristã (CDU) de Merkel.

O encontro deste domingo visava examinar se existe efetivamente consenso suficiente para iniciar negociações formais. Após as eleições legislativas de setembro passado, quando o SPD obteve seu pior resultado desde 1949, o partido anunciou que voltaria à oposição.

Merkel recorreu então aos partidos Verde e Liberal Democrático (FDP) para tentar formar um governo de maioria, mas as negociações fracassaram em novembro, complicando o futuro de um quarto mandato de Merkel como chanceler federal.

Em meados de dezembro, a líder alemã conseguiu convencer os social-democratas a iniciarem sondagens sobre a possibilidade de uma coalizão. Enfraquecidos após o fracasso das conversações com verdes e liberais, e após perderem terreno para os populistas na última eleição, a chanceler federal e sua CDU, no poder há 12 anos, depositam agora toda a esperança no SPD para evitar novas eleições ou um governo de minoria.

Algumas das principais diferenças entre os partidos dizem respeito à reunião familiar de refugiados com status temporário, recusada pelos conservadores, e à exigência dos social-democratas de impor um seguro de saúde único, acabando com o sistema atual, em que convivem seguros públicos e privados.

Infografik Weg zur Koalition POR

Social-democratas são "gatos escaldados"

Apesar da árdua tarefa que tem pela frente, Merkel começou o ano convencida de que conseguirá garantir seu quarto mandato consecutivo como chanceler federal. Em seutradicional discurso de Ano Novo, a democrata-cristã argumentou que os políticos têm a tarefa de cuidar dos desafios do futuro, tendo em mente as necessidades de todos os cidadãos, e que ela se sente na obrigação de cumprir esta missão. Por isso trabalha para estabelecer rapidamente um governo estável para a Alemanha no novo ano, disse.

Merkel e o líder social-democrata, Martin Schulz, estabeleceram 12 de janeiro como prazo para que os partidos decidam se vão ou não iniciar negociações oficiais para formar uma coalizão e estabelecer um programa de governo conjunto.

Apesar de haver otimismo, muitas vozes apontam que, mesmo que tudo dê certo entre conservadores e social-democratas, Berlim não deve contar com um novo governo antes do fim de março ou início de abril. A Alemanha nunca demorou tanto para constituir um governo.

Os social-democratas querem evitar ficar novamente à sombra da "eterna chanceler". Muitos acreditam que o revés sofrido nas últimas eleições se deveu em grande parte a isso, e temem voltar a sair perdendo como parceiros menores de Merkel.

AV,LPF/afp,rtr,dpa

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