Cameron garante triunfo inesperado no Reino Unido
8 de maio de 2015O Partido Conservador conquistou uma vitória folgada nas eleições parlamentares no Reino Unido, de acordo com os resultados divulgados na manhã desta sexta-feira (08/05). O resultado consagra a permanência de David Cameron no cargo pelos próximos cinco anos. O resultado contraria as pesquisas de intenção de voto, que apontavam uma disputa acirrada entre os governistas e o Partido Trabalhista.
Com mais de 98% dos votos apurados, os conservadores já conquistavam 323 dos 650 assentos na Câmara dos Comuns, enquanto o Partido Trabalhista contabilizava 228 cadeiras. Para a maioria parlamentar, são necessários 326 assentos, mas 323 cadeiras bastam para governar, já que os parlamentares da Irlanda do Norte não assistem às sessões.
Em seu discurso da vitória após a divulgação dos resultados preliminares, Cameron afirmou que esta foi uma "grande noite" para seu partido. "Meu objetivo continua simples: governar sob o princípio de um governo para todos", declarou.
O líder do Partido Trabalhista, Ed Miliband, lamentou os resultados das eleições em todo o país. Nesta sexta-feira ele afirmou que sua legenda teve uma noite "bastante decepcionante" após os resultados iniciais indicarem a perda de assentos. Após a derrota Milibrand anunciou que vai renunciar à liderança do partido.
Vitória para os nacionalistas escoceses
O ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne, declarou nesta sexta-feira que o próximo governo irá enfrentar uma árdua tarefa na tentativa de unir o país, principalmente em razão do resultado na Escócia. "Manter a união do Reino Unido será um dos maiores desafios que enfrentaremos."
O Partido Nacionalista Escocês (SPN) teve um crescimento gigantesco, saltando de seis para 56 dos 59 assentos destinados à Escócia no parlamento. A maioria dos votos foi tomada do Partido Trabalhista, levanto os nacionalistas a terem a terceira maior bancada na Câmara dos Comuns.
Com o resultado dessas eleições se pode esperar não apenas um refendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia como também o aumento da pressão para um novo referendo sobre a independência da Escócia, mesmo que ela tenha sido rejeitada apenas poucos meses atrás.
RC/rtr/ap/afp