Caixa-preta de avião que caiu no Egito registra estrondo
7 de novembro de 2015Um comitê de investigação egípcio afirmou neste sábado (07/11) que é possível ouvir um estrondo no último segundo de gravação da caixa-preta da aeronave russa que caiu no Sinai no último dia 31 de outubro.
O voo da companhia aérea Kogalymavia foi interrompido 20 minutos depois da decolagem no balneário de Sharm el-Sheikh, no Egito. O Airbus A321 tinha como destino São Petersburgo, na Rússia. Todas as 224 pessoas a bordo morreram.
Os investigadores ainda tentam identificar o motivo do barulho e alegam que é cedo para se chegar a uma conclusão. "As observações iniciais não permitem identificar a origem da interrupção do voo", afirmou o diretor do comitê, Ayman al-Muqaddam, acrescentando que uma "análise minuciosa será feita para determinar a origem do barulho."
O Reino Unido sugeriu que uma explosão a bomba provocou a queda do avião, mas Rússia e Egito disseram que vão aguardar o fim das investigações. Segundo Al-Muqaddam, agências de inteligência estrangeiras não informaram o comitê sobre um possível ataque terrorista.
"O comitê insta as fontes de tais relatórios a dar todas as informações que possam nos ajudar a cumprir nossa missão", disse.
Órgãos de inteligência do Reino Unido e Estados Unidos receberam indícios de que um grupo radical egípcio sediado no Sinai e aliado do "Estado Islâmico" (EI) teria colocado a bomba na aeronave. O grupo reivindicou a responsabilidade pela queda do avião como uma resposta à intervenção militar russa na Síria, mas o governo egípcio desmentiu, classificando a reivindicação de "propaganda".
"Não excluímos nenhuma possibilidade, mas não chegaremos a nenhuma hipótese antes que as investigações terminem", declarou o ministro egípcio do Exterior, Sameh Shoukri.
Segundo reportagem do jornal Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung, o governo alemão acredita que uma bomba utilizada pelo EI tenha provocado a tragédia.
Segundo um oficial de segurança ouvido pela publicação, o fato de o avião ter perdido altitude de forma repentina, sem registro de problemas na cabine, torna a hipótese de ataque terrorista "muito plausível".
Milhares de turistas que estão em Sharm el-Sheikh aguardam repatriação depois de a Rússia e alguns países europeus suspenderem os voos para o balneário egípcio. Cerca de 80 mil turistas russos esperam pelo retorno. Por medida de segurança, companhias aéreas restringiram o uso de bagagens.
KG/dpa/rtr/afp