Brasileiro recebe Medalha Goethe 2004
22 de março de 2004O Instituto Goethe criou em 1954 a Medalha Goethe, um prêmio para personalidades estrangeiras que se destacam na difusão da língua e da cultura alemãs no mundo. A partir de 1975, a condecoração passou a ser reconhecida oficialmente pelo governo alemão. Desde 1992, o evento ocorre sempre no dia 22 de março na cidade de Weimar, data e local onde o escritor Johann Wolfgang von Goethe faleceu, em 1832, aos 82 anos.
Entre os agraciados deste ano está o diplomata, cientista político e ensaísta carioca Sérgio Paulo Rouanet, de 70 anos. No período em que ocupou o cargo de cônsul-geral do Brasil em Berlim (1993-1996), ele fundou na capital alemã o Instituto Cultural Brasileiro, inaugurado em setembro de 1995. O Icbra, como é conhecido, divulga a cultura brasileira na Alemanha, através de exposições sobre artistas e escritores brasileiros, e promove ainda o intercâmbio cultural, levando, por exemplo, exposições de museus alemães para o Brasil.
Além de ter criado um espaço que fortalece as relações culturais teuto-brasileiras, Rouanet sempre demonstrou grande interesse e engajamento pela filosofia alemã do século 20, especialmente em relação à obra do filósofo e sociólogo Jürgen Habermas.
Elite cultural
A cerimônia de entrega da Medalha Goethe, ocorrida na manhã desta segunda-feira (22/03), em Weimar, agraciou, além do brasileiro, outras quatro personalidades. O húngaro Imre Kertész, Prêmio Nobel de Literatura (2002), o cineasta e teatrólogo Mohan Agashe, da Índia, o teórico de Literatura Paul Michael Lützeler, dos Estados Unidos, e o filósofo Anatoli A. Mikhailov, de Belarus, receberam a Medalha Goethe 2004 em solenidade que contou com a presença de representantes da elite cultural alemã.
Pequena biografia
Sérgio Paulo Rouanet nasceu no Rio de Janeiro no dia 23 de fevereiro de 1934. Formado em Ciências Jurídicas e Sociais, fez cursos de pós-graduação nos Estados Unidos. Doutorou-se em Ciência Política em São Paulo.
Rouanet ingressou na carreira diplomática em 1957 e exerceu diversos cargos no exterior, sendo embaixador do Brasil na Dinamarca (1987-1991) e cônsul-geral do Brasil na Alemanha (1993-1996). Foi ainda secretário de Cultura da Presidência da República (1991-1992) no governo de Fernando Collor.
Paralelamente, Rouanet dedicou-se à filosofia e literatura, escrevendo ensaios, artigos para jornais e proferindo palestras mundo afora. É autor de diversas obras. O ensaísta foi eleito em abril de 1992 para ocupar a cadeira número 13 da Academia Brasileira de Letras.