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Brasil tem mais 47 mil casos e 1.352 mortes por covid-19

18 de agosto de 2020

Ao todo, país já soma 3,4 milhões de infectados pelo novo coronavírus e 109,8 mil óbitos, segundo dados de autoridades de saúde. Estado de São Paulo registrou sozinho 416 mortes em 24 horas.

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Coveiros trabalham em cemitério de São Paulo
Estado de São Paulo é o mais atingido, com número de infectados maior que o de quase todos os países do mundoFoto: picture-alliance/Zumapress/P. Lopes

O Brasil registrou nesta terça-feira (18/08) mais 47.784 casos confirmados de covid-19 e 1.352 mortes relacionadas à doença, segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e pelo Ministério da Saúde.

O balanço eleva o total de infecções para 3.407.354 e o total de óbitos, para 109.888. Ao todo, 2.554.179 pessoas se recuperaram da doença, e 743.287 estão em acompanhamento, segundo o ministério. O Conass não divulga número de recuperados.

Diversas autoridades e instituições de saúde alertam, contudo, que os números reais de casos e mortes devem ser ainda maiores, em razão da falta de testagem em larga escala e da subnotificação.

São Paulo é o estado brasileiro mais atingido pela epidemia, com 711.530 casos e 27.315 mortes, sendo 416 somente nas últimas 24 horas. O total de infectados no território paulista supera os registrados em quase todos os países do mundo, exceto Estados Unidos, Índia e Rússia.

A Bahia é o segundo estado brasileiro com maior número de casos, somando 221.041, mas fica atrás de São Paulo, Rio de Janeiro (14.728 mortes), Ceará (8.196), Pernambuco (7.252) e Pará (5.975) em número de mortos, com 4.542 vidas perdidas para a doença.

O Rio é atualmente o terceiro em número de infecções, com 199.480 casos, seguido do Ceará, que tem 199.258 infectados, e do Pará, com 180.090.

A taxa de mortalidade por grupo de 100 mil habitantes é atualmente de 52,3 no Brasil – cifra bem acima da registrada em países vizinhos como a Argentina (13,07) e o Uruguai (1,16), considerados exemplos no combate à pandemia.

Por outro lado, nações europeias duramente atingidas, como o Reino Unido (62,35) e a Bélgica (87,06), ainda aparecem bem à frente. Mas esses países começaram a registrar seus primeiros casos antes do Brasil, e o número de óbitos diários está atualmente na faixa das dezenas, com o pico tendo sido registrado em abril e maio.

No último fim de semana, o Brasil completou três meses sem um ministro da Saúde. O posto vem sendo ocupado interinamente desde 15 de maio pelo general Eduardo Pazuello, que não tinha experiência na área e indicou militares para quase todos os postos-chave do ministério.

Na sua gestão, as mortes e novas notificações de casos dispararam no país. Foram mais de 95 mil novos óbitos e mais de 3 milhões de casos registrados desde que a pasta passou a ser gerida por Pazuello e outras dezenas de militares.

Na prática, o ministério, sob os militares, vem referendando sem questionamentos as diretrizes de Bolsonaro, que é contra medidas amplas de isolamento social e que promove a cloroquina como uma "cura" contra a covid-19, mesmo sem embasamento científico.

Sob a intervenção pessoal do presidente e do Exército, a pasta também tentou esconder os números da epidemia no início de junho, mas voltou atrás após ordem do Supremo Tribunal Federal.

Em números absolutos, o Brasil é o segundo país do mundo com mais infecções e mortes por coronavírus, atrás apenas dos Estados Unidos, que já acumulam mais de 5,4 milhões de casos e mais de 171 mil óbitos. A Índia, que chegou a impor uma das maiores quarentenas do mundo no início da pandemia, agora é o terceiro país mais afetado, com 2,7 milhões de casos e 51 mil mortos.

Ao todo, mais de 21,9 milhões de pessoas foram infectadas pelo vírus em todo o planeta, enquanto mais de 777 mil morreram em decorrência da doença, segundo contagem mantida pela Universidade Johns Hopkins.

EK/abr/ots

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