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Brasil melhora em ranking mundial de percepção de corrupção

5 de dezembro de 2012

País subiu quatro posições em índice da ONG Transparência Internacional. Dinamarca, Finlândia e Nova Zelândia lideram lista. Pontuação fraca da maioria dos países indica "sério problema de corrupção" no mundo.

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Foto: picture-alliance/dpa

O Brasil ocupa o 69º lugar entre 176 países no Índice de Percepção de Corrupção de 2012, divulgado nesta quarta-feira (05/12), em Berlim, pela ONG Transparência Internacional (TI). O país subiu quatro posições em relação ao ranking do ano passado, quando ocupava a 73ª posição, e repetiu o desempenho de 2010. Em uma escala que vai de zero (percepção de alta corrupção) a cem (percepção de alta integridade), o Brasil ficou com 43 pontos.

A TI observa que enquanto nenhum país obteve a pontuação máxima, dois terços dos países têm menos de 50 pontos, indicando um "sério problema de corrupção" no mundo.

Os melhores colocados foram Dinamarca, Finlândia e Nova Zelanda, empatados no topo da lista. Segundo a TI, a boa colocação dos três países se deve principalmente ao fácil acesso a informações e às regras claras para funcionários públicos.

O índice é elaborado anualmente com base em sondagens e avaliações de diversas instituições a respeito de como a corrupção no setor público é percebida em cada país.

Entre os chamados Brics, Brasil e África do Sul ficaram empatados na melhor colocação do grupo, seguidos de China (80° lugar), Índia (94°) e Rússia (133°). Segundo a ONG alemã, "há um reconhecimento público mais forte no mundo inteiro, incluindo as economias emergentes dos grupo Bric, como China e Brasil, dos custos da corrupção, além de uma crescente recusa em aceitá-la como fato inevitável".

"Rússia deve dar exemplo"

Jana Mittermaier
Jana Mittermaier pede melhor combate da corrupção na UEFoto: DW

A Rússia subiu 10 posições em relação ao ano passado, mas a entidade ressaltou que as novas restrições de Moscou em relação às organizações não governamentais dificultam o monitoramento da corrupção no país. "A Rússia, que assumirá a presidência rotativa do G20 (em 2013), deve tentar dar exemplo", criticou o diretor-executivo da TI, Cobus de Swardt.

Já a China caiu cinco posições, mas Swardt ponderou que Pequim vem demonstrando maior consciência dos perigos de ignorar a corrupção, incluindo aquela particada por companhias chinesas operando no país e no exterior.

Boa parte da América Latina ficou abaixo da média do ranking da TI, apesar da aceleração econômica observada na região durante a última década, a qual ajudou a reduzir o nível de pobreza. Paraguai (150) e Venezuela (165) têm o mais alto nível de percepção da corrupção na região, não muito longe de Somália, Coreia do Norte e Afeganistão, empatados em último. Chile e Uruguai, ambos na posição de número 20, são os países latino-americanos de melhor colocação.

Alerta para União Europeia

Os países mais atingidos pela crise na zona do euro também decepcionaram. A Grécia é a pior colocada entre os 27 países da União Europeia (UE), ficando na 94ª posição. A Itália ficou no lugar de número 72. "Os resultados da pesquisa devem ser um sinal de alerta para a UE exigir mais informações e prestação de contas de seus Estados membros ", disse a analista da TI para Europa, Jana Mittermaier, acrescentando que isso deve se aplicar também aos atuais esforços para estabelecer uma supervisão bancária europeia.

Outros europeus atingidos pela crise, como Espanha (30º) e Portugal (33º), conseguiram pontuações melhores. A Alemanha ficou na 13ª colocação, melhorando uma posição em relação a ano passado. Segundo a TI, para melhorar seu posicionamento, a Alemanha deve dar mais transparência aos rendimentos de políticos, criando uma legislação que obrigue parlamentares a revelar rendas provenientes de atividades paralelas.

MD/rtr/afp/dpa
Revisão: Francis França