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Bolsonaro defende Guedes e diz que não fará “aventuras”

22 de outubro de 2021

Após crise gerada pela quebra do teto de gastos, presidente e ministro da Economia defendem dribles nas regras ficais para reforçar programa social. Guedes disse que jamais cogitou ou esteve ameaçado de deixar o cargo.

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Bolsonaro reiterou apoio a Guedes e disse que quebra no teto de gastos se deu de maneira responsável
Bolsonaro reiterou apoio a Guedes e disse que quebra no teto de gastos se deu de maneira responsávelFoto: Reuters/A. Machado

O presidente Jair Bolsonaro realizou uma visita ao Ministério da Economia nesta sexta-feira (22/10) para demostrar apoio ao ministro Paulo Guedes e abafar rumores de sua saída do governo. Ele disse que tem total confiança no ministro e disse que seu governo não fará "nenhuma aventura na economia”. 

Uma proposta do governo de alterar a fórmula do teto de gastos públicos para colocar mais dinheiro no programa Auxílio Brasil gerou forte instabilidade no mercado e alimentou rumores de uma possível saída de Guedes.

No entanto, logo após a visita do presidente, o ministro disse que em nenhum momento pediu demissão e negou que Bolsonaro tenha sequer insinuado que ele deixaria o cargo.

Debandada na equipe econômica

Após a iniciativa do governo para a quebra do teto de gastos, quatro secretários de Guedes pediram demissão: o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, além da secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas, e o secretário adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araújo.

A debandada contribuiu para aumentar os rumores sobre a permanência do ministro e gerou ainda mais instabilidade no mercado econômico.  A interlocutores, Funchal teria dito que estava deixando o cargo por não concordar com as mudanças propostas pelo governo.

Nesta sexta, Bolsonaro reiterou seu apoio a Guedes e disse que a mudança nos gastos com o Auxílio Brasil se deu de maneira responsável. O valor da ajuda proposto pelo governo é de 400 reais a serem pagos a partir de 2022, ano em que o presidente concorrerá à reeleição.

"Tenho confiança absoluta nele, ele entende as aflições que o governo passa. Assumiu em 2019, fez um brilhante trabalho, quando começou 2020, a pandemia, uma incógnita a para o mundo todo”, afirmou Bolsonaro sobre Guedes.

"Deixo claro a todos os senhores: esse valor decidido por nós tem responsabilidade. Não faremos nenhuma aventura. Não queremos colocar em risco a nada no tocante à economia."

"Não pedi demissão", diz Guedes

Guedes afirmou que não teve a intenção de deixar o cargo, e que essa hipótese não teria sido cogitada por Bolsonaro. "Eu não pedi demissão, em nenhum momento eu pedi demissão. Em nenhum momento o presidente insinuou qualquer coisa semelhante." 

Guedes defendeu a iniciativa do governo de reforçar o Auxílio Brasil através de uma manobra para driblar regras fiscais. "Preferimos um ajuste fiscal menos intenso e um abraço no social um pouco mais longo", afirmou, para justificar a redução de austeridade fiscal por parte do governo.

O ministro confirmou o assessor especial do Ministério da Economia Esteves Colnago, assumirá a secretaria especial do Tesouro e Orçamento, no lugar de Bruno Funchal.

Ao comentar a debandada no Ministério ocorrida no dia anterior, Guedes disse que os subordinados "mais jovens" pediram demissão porque que não aceitaram ceder nas negociações. O ministro pregou a necessidade de haver equilíbrio entre os interesses das alas política e econômica.

"Temos que escolher, vamos tirar 10 em fiscal e 0 em social? Abaixa um pouco a média do fiscal e aumenta do social", afirmou. "Eu detesto furar teto, mas não estamos aqui só para tirar 10 no fiscal. Nós fomos um dos governos que menos gastaram, então temos que pensar no social também".

rc (ots)