1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Bolsonaristas golpistas invadem sedes dos três Poderes

8 de janeiro de 2023

Turba de extremistas de direita invadiu Congresso Nacional, STF e Palácio do Planalto, deixando rastro de destruição. Lula chama invasores de "fascistas fanáticos" e decreta intervenção na segurança pública do DF.

https://p.dw.com/p/4LsgH
Apoiadores de Bolsonaro no Congresso Nacional
Apoiadores de Bolsonaro no Congresso NacionalFoto: Evariste Sa/AFP

Uma turba de extremistas bolsonaristas invadiu o Congresso Nacional, a sede do Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto em Brasília, na tarde deste domingo (08/01).

Os golpistas, que estavam concentrados há semanas em frente ao Quartel-General do Exército, invadiram primeiro a sede do Congresso Nacional e depois se dirigiram para as sedes dos outros Poderes, deixando um rastro de destruição.

Imagens transmitidas pelos próprios golpistas mostram os invasores circulando livremente e cometendo atos de vandalismo e depredação dentro dos edifícios, incluindo o Plenário do STF.

Acompanhe ao vivo: Bolsonaristas radicais vandalizam Brasília

O presidente Lula não estava no Palácio do Planalto no momento da invasão. O chefe do Executivo cumpria agenda em Araraquara (SP) neste domingo.

O presidente Lula condenou as ações, chamando os invasores de "vândalos" e "fascistas fanáticos". Lula também prometeu que eles "serão punidos". "Não tem precedente na história do nosso país o que essa gente fez. Vamos descobrir os financiadores. Todos eles pagarão por esse gesto antidemocrático."

Pouco mais de duas horas após a invasão, a  Tropa de Choque da Polícia Militar conseguiu afastar os golpistas da Praça dos Três Poderes, incluindo o Palácio Planalto e o STF, mas a turba de extremistas ainda seguiu dentro do Congresso por mais uma hora.

A invasão ocorreu uma semana após a posse de Lula, e já havia sido antecedida por outras ações violentas de bolsonaristas, como uma tentativa de invasão da sede da Polícia Federal em dezembro e bloqueios em rodovias federais logo após o segundo turno no final de outubro.

A ação também tem paralelos com a invasão do Capitólio, nos EUA, por uma turba de extremistas de direita e supremacistas brancos em 6 de janeiro de 2021. Da mesma forma como ocorreu nos EUA, os bolsonaristas tentam reverter ilegalmente o resultado das urnas com ações violentas e golpistas.

Tragédia anunciada

Neste domingo em Brasília, houve confronto entre policiais e bolsonaristas. Extremistas atiraram fogos de artificio e grades de ferro contra as forças de segurança. No entanto, o comportamento das autoridades do Distrito Federal vem provocando críticas e acusações de leniência e incompetência. Nos últimos dias, dezenas de ônibus repletos de extremistas se dirigiram para Brasília para engrossar o movimento golpista em frente ao QG do Exército, mas não houve reforço na segurança pública no DF.

O governo local é chefiado por Ibaneis Rocha, um aliado de Bolsonaro, e a pasta de segurança pública era comandada até esta tarde por Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do ex-presidente. Após a invasão, Ibaneis exonerou Torres.

Ainda nesta tarde, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que ele e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, acionaram a Procuradoria-Geral da República para pedir uma intervenção federal na segurança pública Distrito Federal.

Pouco depois, Lula assinou um decreto de intervenção na segurança pública do DF até o fim de janeiro.