Boletim do BC da Rússia prevê queda no PIB de 9,2% neste ano
21 de abril de 2022Analistas econômicos consultados pelo Banco Central da Rússia lançaram uma perspectiva sombria para o país, devido às pesadas sanções impostas pelo Ocidente após a invasão russa à Ucrânia.
Segundo boletim mensal publicado nesta quinta-feira (21/04), eles preveem queda de 9,2% do Produto Interno Bruto (PIB) e alta de 22% na inflação neste ano. Os números são piores do que as previsões feitas em março, que projetaram queda de 8% no PIB e inflação de 20% neste ano.
Depois de dois meses da invasão russa à Ucrânia, a perspectivas para 2023 também se deterioraram. Os economistas consultados agora esperam zero de crescimento no próximo ano, ao invés do 1% previsto anteriormente.
Apesar dos números desanimadores, o presidente russo, Vladimir Putin, disse na quarta-feira que os ataques do Ocidente à economia russa fracassaram. Ele afirmou que a inflação anual aumentou para 17,5%, mas que estaria agora se estabilizando.
Putin descreveu a retirada de várias empresas ocidentais do país como uma oportunidade para a libertação da dependência em relação ao Ocidente e para um impulso à produção local.
Já a presidente do Banco Central da Rússia, Elvira Nabiullina, reconheceu perante a Duma, o Parlamento russo, os problemas causados pelas sanções. Ela afirmou que as punições devem atingir não apenas os setores associados à importação, mas também a produção em áreas que dependem fortemente de peças vindas do exterior.
Nesta quinta-feira, Nabiullina teve sua permanência confirmada pelos parlamentares por mais cinco anos à frente do Banco Central do país.
FMI fez previsão parecida
Nesta terça-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) havia publicado uma previsão semelhante sobre as perspectivas para a economia russa, com poucas diferenças para os números do Banco Central russo.
Segundo o FMI, a Rússia terá uma queda de 8,5% no PIB em 2022 e de 2,3% em 2023, e a inflação deve ficar em 21,3% neste ano.
A Rússia é um grande fornecedor de petróleo, gás e metais e, junto com a Ucrânia, de trigo e milho. A redução da oferta desses produtos básicos fez com que seus preços disparassem.
Segundo o FMI, as grandes economias da zona do euro também terão crescimentos baixos, influenciados pela guerra na Ucrânia. A previsão do PIB na Alemanha é de alta de 2,1% em 2022 e 2,7% em 2023, na França, de 2,9% e 1,4%, respectivamente, na Itália, de 2,3% e 1,7%, e na Espanha, de 4,8% e 3,3%.
rc/bl (dpa)