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Boko Haram ataca Chade pela primeira vez

13 de fevereiro de 2015

Extremistas nigerianos cruzam lago em botes e atacam vila do outro lado da fronteira. É o primeiro ataque do Boko Haram no Chade, que participa de força regional para combater os terroristas.

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Militantes do grupo radical nigeriano Boko Haram em foto de arquivo retirada de um vídeoFoto: picture alliance/AP Photo

O grupo radical nigeriano Boko Haram executou nesta sexta-feira (13/02) seu primeiro ataque no Chade. Segundo militares chadianos, o ataque resultou em ao menos quatro pessoas mortas, sendo elas um líder comunitário, um soldado e dois militantes islâmicos.

Combatentes extremistas cruzaram o Lago Chade em botes durante a noite e alcançaram a vila de Ngouboua, a partir da cidade nigeriana de Baga. Eles atearam fogo em boa parte da vila, onde vivem muitos refugiados da Nigéria, e atacaram um quartel militar. O exército chadiano expulsou os invasores e iniciou uma perseguição aos autores do ataque.

O Chade possui uma das Forças Armadas mais poderosas da região. Soldados chadianos efetuaram nos últimos dias vários ataques a posições dos extremistas na Nigéria – reconquistando, assim, o vilarejo de Gamboru, perto da fronteira entre Nigéria e Camarões. Cerca de 250 radicais morreram.

Em represália, os terroristas intensificaram ataques no Níger e em Camarões. Na semana passada, cerca de cem civis foram assassinados pelos terroristas na localidade camaronesa de Fotokol. Também aumentaram as ações extremistas na fronteira com o Níger.

"Medo e pânico estão se espalhando rapidamente", afirmou Adrian Edwards, o porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), referindo-se à região de Diffa, no Níger, onde combates entre o Exército e o Boko Haram estouraram na semana passada.

Uma operação multinacional, liderada pela Nigéria e pelo Chade, tenta reprimir o Boko Haram na fronteira entre os países. Cerca de 8 mil soldados da força regional africana combatem o grupo terrorista.

Ações violentas do Boko Haram já deixaram 13 mil mortos e 1,5 milhão de refugiados na Nigéria desde 2009. O grupo pretende criar um estado islâmico no norte da Nigéria, de maioria muçulmana, ao contrário do sul, de maioria cristã.

MSB/lusa/dpa/rtr/afp