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Berlim para principiantes

Rodrigo Rimon15 de abril de 2006

Um dos principais destinos turísticos da Europa, a capital alemã é uma cidade em constante metamorfose. Quem a visitou há alguns anos, não a conhece mais. Algumas curiosidades sobre a metrópole que se reinventa.

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Berlim: mais museus que dias de chuva ao anoFoto: dpa

Berlim é uma das maiores cidades da Europa e um dos principais destinos turísticos do velho continente. Mas, embora não possa ser comparada com vizinhas como Paris ou Londres com relação ao número de habitantes, em extensão a capital alemã é nove vezes maior que a francesa, se estendendo por 891 quilômetros quadrados.

Os primeiros registros históricos a mencionar o nome da cidade datam de 1237. Na época, havia dois núcleos distintos, Cölln e Berlim, ambos situados às margens do rio Spree. Mais tarde, esses dois povoados se juntaram dando origem a um município comum. Quem visitar hoje o charmoso Nikolaiviertel ainda pode ver como era diferente a estrutura medieval da cidade, se comparada às largas avenidas típicas do urbanismo cultivado na Prússia.

O sequestro da quadriga

Modell des Berliner Stadtschlosses
Maquete do projeto de reconstrução do antigo castelo dos HohenzollernFoto: dpa

Mas estas últimas também têm seu charme. A Unter den Linden, construída na segunda metade do século 17, é uma delas. É lá que fica a Universidade Humboldt — na frente da qual houve a grande queima de livros durante o regime nazista — e a Staatsoper, uma das três óperas de que a cidade dispõe. Berlim é, aliás, a única cidade do mundo a possuir logo três óperas em funcionamento.

Lá se encontra também o marco principal de Berlim, o Portão de Brandemburgo. Antigamente, ele marcava a fronteira da cidade. Isso significa que o parque Tiergarten — no centro do qual se situa a Siegessäule, o famoso anjo que observa a cidade e que se tornou famoso pelo menos desde os filmes de Wim Wenders — ficava fora dos limites da cidade.

Im abendlichen Lichterschein - das Brandenburger Tor am Pariser Platz
Visão noturna do Portão de BrandemburgoFoto: dpa

Em 1806, quando Berlim foi ocupada pelas tropas de Napoleão Bonaparte, a quadriga — a escultura de um veículo puxado por quatro cavalos que adorna o monumento — foi levada à França como símbolo da vitória sobre a Prússia. Foi só em 1814, quando Napoleão foi finalmente derrotado, que o símbolo retornou à cidade.

Na mesma avenida, fica também a Ilha dos Museus, um complexo composto por cinco edifícios monumentais, cada um deles com um acervo cobrindo um determinado período da História da Arte. Até 2010, o mais ousado projeto cultural da Alemanha deve ficar pronto, após receber um investimento de 1,5 milhão de euros.

Berliner Museumsinsel - Grossbild
Vista panorâmica da Ilha dos MuseusFoto: PA/dpa

O ar puro da cidade grande

Embora desfrute na Alemanha da fama de cidade grande, ou seja, desorganizada, suja e (injustamente) perigosa, Berlim é a metrópole mais verde do país. Mais de 30% de seu território é coberto por parques e bosques, rios e lagos. E, com mais de 1,7 mil pontes, Berlim bate Veneza com facilidade.

Berliner geniessen die Sonne auf einer Liegewiese im Tiergarten
Tomando sol no TiergartenFoto: AP

Mesmo assim, há motivos para se esconder entre quatro paredes: Berlim é a única cidade européia que possui mais museus que dias de chuva ao ano, com cerca de 175 museus e coleções. Para os amantes das artes, a região de Mitte é um paraíso na Terra, com alta concentração de galerias de arte por metro quadrado.

Tudo em dobro

Após a Segunda Guerra Mundial, a cidade foi dividida. Controlada pelos soviéticos, Berlim Oriental foi a capital da República Democrática Alemã (RDA), enquanto Berlim Ocidental manteve o status de zona de ocupação americana, britânica e francesa até a reunificação do país em 1990. Assim, Berlim tornou-se uma cidade de duas faces.

East Side Gallery
A East Side Gallery surgiu logo após a reunificaçãoFoto: dpa Zentralbild

Ou seja, tudo há em dobro. Como a Galeria Nacional ficou em Berlim Oriental, foi construída a Nova Galeria Nacional em Berlim Ocidental. O mesmo ocorreu com a Universidade Humboldt, motivo pelo qual foi fundada a Universidade Livre de Berlim. Há até dois jardins zoológicos, ambos entre os maiores da Europa.

Por sorte, o que hoje restou do Muro de Berlim é um verdadeiro presente para os habitantes da capital: a East Side Gallery é a maior galeria de arte ao ar livre do mundo, com 1.316 metros de extensão, pintados por 118 artistas de 21 países.

Luxuriös wohnen im Beisheim-Center Berlin Potsdamer Platz
Potsdamer Platz, lar da BerlinaleFoto: dpa

A antiga zona de segurança máxima na praça Potsdamer Platz — que em 1924 recebeu o primeiro semáforo da Europa (uma cópia ainda pode ser vista na praça) — é outra cicatriz indelével da cidade: onde antes passava o muro, hoje se encontram arranha-céus e algumas das melhores salas de cinema da cidade. Aí se encontram a cada ano cinéfilos do mundo todo para a Berlinale, o festival de cinema de Berlim.

Capital do futebol

Para a Copa de 2006, a capital vai ganhar uma nova linha de metrô e, pela primeira vez em sua história, uma estação ferroviária central. Até a Fernsehturm, a antena de TV situada próximo à prefeitura, na Alexanderplatz, — diga-se de passagem, o edifício mais alto da Alemanha — foi transformada em uma bola de futebol.

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Vista aérea de Berlim com a antena de TV ao fundoFoto: dpa

(A propósito, futebol: em Berlim foi criado o mais antigo clube de futebol do país, o BFC Germânia, fundado em 1888 e na ativa até hoje.)

E não pense que aqui você vai se sentir como estrangeiro: Berlim é a cidade mais multicultural da Alemanha: de seus 3,4 milhões de habitantes, quase meio milhão são estrangeiros.