Baviera luta para conter surto em empresa de refeições
1 de julho de 2020Autoridades do estado alemão da Baviera informaram na noite de terça-feira (30/06) que foram identificados pelo menos 45 casos de covid-19 entre funcionários de uma empresa de refeições na cidade de Gilching, nos arredores de Munique.
Nesta quarta-feira, testes adicionais estavam sendo conduzidos em pessoas que dividem acomodações com os trabalhadores afetados, juntamente com uma operação para rastrear indivíduos que tenham tido contato com os contaminados.
Pelo menos dez funcionários vivem em um abrigo de refugiados na cidade vizinha de Hechendorf. Esse centro e três outros na região foram isolados, e os moradores foram colocados em quarentena por 14 dias.
"O importante agora é quebrar a cadeia de infecção", disse uma porta-voz do distrito de Starnberg, onde ficam Gilching e Hechendorf, ao jornal Süddeutsche Zeitung.
Os gestores dizem que uma quarentena mais ampla nos municípios afetados não é considerada iminente.
"No momento, estamos muito longe disso", disse o líder do distrito de Starnberg, Stefan Frey. Segundo ele, bloqueios em áreas amplas só devem ocorrer onde um surto não puder mais ser rastreado especificamente.
"Atualmente, esse não é o nosso caso", afirmou Frey, acrescentando que a cadeia de infecção parece ter sido estabelecida e que foi possível impedir uma propagação maior do vírus Sars-Cov-2. "Para continuar assim, faremos todo o possível e agiremos de maneira estrita e consistente", completou.
A empresa alemã Apetito, que produz refeições para cantinas, escolas, hospitais e programas sociais, disse que está investigando a causa do surto. A unidade afetada em Gilching produz especificamente refeições para o hospital da Universidade Ludwig-Maximilians, a maior unidade de saúde de Munique, servindo diariamente mais de 6 mil refeições para funcionários e pacientes.
"Até onde sabemos, todos os funcionários da unidade observaram as práticas de higiene, do distanciamento social e da proteção da boca e do nariz."
Autoridades do Instituto Federal de Avaliação de Risco da Alemanha (BfR, na sigla em alemão) disseram que a transmissão do vírus através de alimentos pré-cozidos é muito improvável.
As infecções foram descobertas depois que um morador do abrigo em Hechendorf visitou o médico com sintomas leves de infecção.
Palco do primeiro caso
Já a cidade de Starnberg, que dá nome ao distrito palco do novo surto, já tinha um histórico com o coronavírus: foi nela que o primeiro caso de transmissão local de covid-19 foi registrado na Alemanha, no final de janeiro.
Na ocasião, um alemão que participava de um treinamento na sede da sua empresa pegou o vírus de uma colega chinesa, que havia estado em Xangai dias antes e visto parentes da área de Wuhan, berço da pandemia de covid-19. À época, foi considerado um dos primeiros casos de transmissão de uma pessoa para outra fora da China.
Desde então, a Alemanha registrou 194.725 casos da doença e 8.985 mortes entre seus 83 milhões de habitantes.
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